Os colonos que se estabeleceram na colônia de Santa Cruz, a partir de 1849, tinham o sonho de contar com um acesso mais rápido a Rio Pardo, onde vendiam seus produtos e se abasteciam com mercadorias. O desejo era que essas viagens fossem por via fluvial, usando o Rio Pardinho.
O professor Maurício Schuck (já falecido) escreveu na Gazeta de 31 de agosto de 1951 que o próprio governo acalentava este desejo. Em 1852, o presidente da Província, o Visconde de Sinimbu, confirmou que havia estudos para se franquear a navegação do Pardinho até Rio Pardo.
Em 1851, o colono P. Schneider, morador de Rio Pardinho, escreveu a um amigo na Alemanha que o Rio Pardinho, em cuja beira ele morava, “é navegável até aqui”. O professor diz que o colono não estava mentindo, pois entre a ponte e a colônia 21 o rio era navegável e talvez fosse essa a única parte que ele conhecia.
Publicidade
O agente de colonização Peter Kleudgen, que angariava pessoas que queriam vir para Santa Cruz, disse, em 1852, que a produção da colônia poderia ser transportada pelo Rio Pardinho. Ressaltou, no entanto, que o transporte não poderia ser feito por vapores ou outras grandes embarcações enquanto não fosse feita a dragagem do leito.
Em 1858, o escritor, cientista e médico alemão Robert Avé-Lallemant, que visitou a colônia, escreveu que os estudos para a navegabilidade do Rio Pardinho consumiram 11 contos. Mas sequer um toco de madeira foi tirado do leito para permitir passagem. Parece que gastar dinheiro público com obras que nunca sairão do papel é coisa antiga Brasil…
Schuck acredita que o governo realizou a exploração do Rio Pardinho logo após a fundação da colônia. Mas o sonho da navegabilidade nunca se concretizou.
Publicidade