A Nasa anunciou nesta quinta-feira, 14, a descoberta de uma estrela distante com oito planetas em sua órbita. O novo sistema planetário, descoberto pelo telescópio espacial Kepler, é o primeiro a ser observado com o mesmo número de planetas do Sistema Solar.
Os oito planetas estão na órbita de uma estrela chamada Kepler 90, que é maior e mais quente que o Sol e fica na direção da constelação do Dragão, a 2,5 mil anos-luz da Terra. A distância em que os planetas se agrupam em relação à sua estrela também é semelhante à configuração do Sistema Solar.
“Exatamente como esperávamos, há emocionantes descobertas esperando por nós nos dados conseguidos pelo Kepler. Elas estão apenas esperando pela ferramenta ou tecnologia certas para desvendá-las”, disse o diretor da Divisão de Astrofísica da Nasa em Washington, Paul Hertz. “Essa descoberta mostra que nossos dados serão um tesouro disponível para pesquisadores inovadores nos próximos anos.”
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Sete dos exoplanetas – como são chamados os planetas existentes fora do Sistema Solar – já haviam sido descobertos antes em torno da Kepler 90. Utilizando uma nova tecnologia de inteligência artificial para ler os dados do telescópio espacial, os cientistas conseguiram identificar um oitavo planeta, que foi batizado de Kepler 90i.
Utilizando a nova tecnologia de inteligência artificial, desenvolvida pela Nasa em colaboração com a Google, os cientistas Christopher Shallue e Andrew Vanderburg “treinaram” um sistema computacional para que ele aprendesse a identificar os exoplanetas nas leituras de luz registradas pelo Kepler.
A metodologia do telescópio espacial Kepler para descobrir novos planetas não se baseia na observação direta. Em vez disso, os sensíveis instrumentos do telescópio detectam minúsculas quedas periódicas no brilho de uma estrela, que ocorrem quando um planeta passa diante dela – é o que os astrônomos chamam de “trânsito”
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Inspirada na forma como os neurônios se conectam no cérebro, a nova tecnologia de inteligência artificial é considerada uma “rede neuronal” artificial. Graças a ela, os pesquisadores conseguiram identificar nos dados do Kepler os tênues sinais de trânsito do oitavo planeta.
Cerca de 30% maior que a Terra, o Kepler-90i não tem nenhuma chance de abrigar vida: ele fica tão perto de sua estrela que a temperatura de sua superfície deve ficar acima dos 425 graus Celsius, segundo a estimativa dos pesquisadores. O planeta que fica mais longe da estrela – chamado de Kepler-90h – fica a uma distância de sua estrela semelhante à distância entre o Sol e a Terra.
“O sistema da estrela Kepler 90 é como uma miniversão do nosso próprio Sistema Solar. Há pequenos planetas mais próximos da estrela e grandes planetas mais distantes. A diferença é que todos estão muito mais próximos uns dos outros”, disse Vanderburg, que é pesquisador da Universidade do Texas em Austin (Estados Unidos).
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