Existe um lenda antiga que afirma não haver som no espaço pelo fato de que a maior parte dele é essencialmente um vácuo, não fornecendo meio para a propagação das ondas sonoras. Mas a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, não apenas desmistificou isso como conseguiu mixar o som provocado por um buraco negro.
Os astrônomos descobriram que as ondas de pressão enviadas pelo buraco negro causavam ondulações no gás quente do aglomerado, que poderiam ser traduzidas em uma nota. Só que essa nota fica cerca de 57 oitavas abaixo do Dó maior, que é a base do sistema tonal, e que navega por frequências que o ouvido humano não consegue captar.
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Foi então que os pesquisadores do Observatório Chandra, da Nasa, conseguiram traduzir os dados astronômicos em som nos buracos negros do aglomerado de galáxias de Perseu e M87, que estão a uma distância de aproximadamente 240 milhões e 53 milhões de anos-luz da Terra, respectivamente. Segundo a Nasa, um aglomerado de galáxias possuem grandes quantidades de gás e isso fornece um meio para as ondas sonoras viajarem.
Em Perseu, as ondas sonoras foram identificadas pelos cientistas e tornadas audíveis pela primeira vez. Os pesquisadores ampliaram o tom da escala em 57 e 58 vezes acima do som original, para que pudesse ser ouvido pelos humanos. Isso implica dizer que o som ficou 144 quatrilhões e 288 quatrilhões de vezes mais alto que sua frequência original.
“A varredura semelhante a um radar ao redor da imagem permite que você ouça as ondas emitidas em diferentes direções. Na imagem visual desses dados, azul e roxo mostram dados de raios-X capturados pelo Chandra”, explicou a Nasa.
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A agência espacial dos EUA também conseguiu extrair som de outro famoso buraco negro, o Messier 87, ou M87. Ele é estudado pelos pesquisadores há décadas e ficou famoso com o lançamento de um projeto em 2019. “A região mais brilhante à esquerda da imagem é onde se encontra o buraco negro e a estrutura no canto superior direito é um jato produzido por ele. A sonificação varre a imagem de três camadas da esquerda para a direita, com cada comprimento de onda mapeado para uma gama diferente de tons audíveis. As ondas de rádio são mapeadas para os tons mais baixos, os dados ópticos para os tons médios e os raios X detectados pelo Chandra para os tons mais altos. A parte mais brilhante da imagem corresponde à parte mais alta da sonificação”, disse a Nasa.
O estudo foi conduzido pela cientista Kimberly Arcand, do Observatório Chandra, pelo astrofísico Matt Russo e pelo músico Andrew Santaguida (ambos do projeto SYSTEMS Sound).
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