Antes que alguém me interprete mal, preciso deixar claro que não sou contra os políticos. Tenho reservas e desaprovo a conduta de alguns. Mas penso que são personagens indispensáveis, aqui e em qualquer lugar do mundo civilizado e que preza pela democracia. Também quero deixar explícito que não sou candidato a nada. E não pretendo ser, pelo menos na esfera política. Mas se um dia eu fraquejar – quem nunca, não é, ex-governador? – e meu nome aparecer numa relação de postulante a algum cargo eletivo, me ignorem.

Por uma simples razão: eu não saberia fazer o jogo do poder. E se fizesse, seria corroído pelo escrúpulo.
Não consigo digerir a política do interesse pessoal, muito menos as coligações espúrias que se sustentam a partir do Fundo Eleitoral que você e eu pagamos. Acha mesmo que entre os donos de siglas, os anônimos ou oportunistas de ocasião e os que já têm as fotos cunhadas na urna (a tal urna que juram ser inviolável) prevalece algum ideal cívico, patriótico? No sentido de realmente querer contribuir para a construção de um País melhor?

Eu não acredito. E torno a insistir: não votem em mim. Juro que faria o meu melhor e até acho que poderia ser útil à sociedade. Mas vi amigos meus, competentes e bem-intencionados, naufragarem com sonhos e projetos porque se pautaram por princípios, pela ética, pela honradez. Sob o ponto de vista de profissionais do ramo, eu cometeria o mesmo equívoco. E seria condenado ao fracasso político.

Publicidade

Por quê? Porque não aceitaria me hospedar sob uma sigla e não um ideal; não me esconderia atrás de uma ideologia que não pratico; e vomitaria se tivesse que dividir o palco com interesseiros de plantão, pilantras de um jogo que não contempla o cidadão, a comunidade, o País, mas um projeto de poder.
Você sabe do que estou falando. A hipocrisia é soberana neste campo. Avalizada, infelizmente, pelos holofotes de uma mídia interesseira, que agora se autodenomina de “consórcio”, putrefata ética e moralmente.

Há muito os valores que compilam em manuais e que apregoam em palestras ficaram reduzidos a peças de ficção. A mesma ficção que impõem para um público cada vez mais desconcertado e incrédulo, que não se vê retratado na tela, nem na identidade e nem nos valores.

Não vou rezar por essa cartilha rasurada pela mentira. Eu teria vergonha, por exemplo, de me abrigar sob a bandeira do liberalismo, mas praticar o monopólio econômico, político, ideológico no gerenciamento das minhas atividades.

Publicidade

Eu teria remorso – mas vejo que isso está em desuso – de me proclamar socialista nos palanques e nos discursos e ainda me intitular guardião da democracia, se publicamente, sem escrúpulos, defendesse o controle do Estado sobre o pensamento de uma Nação, inclusive sobre a informação que pode ser produzida e divulgada. Tenho certeza que, como sociedade, podemos ser melhores que isso. Por que não tentamos?

LEIA OUTRAS COLUNAS DE ROMEU NEUMANN

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Publicidade

Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

Share
Published by
Carina Weber

This website uses cookies.