“Não toquem nas minhas roupas” é o slogan da campanha que está viralizando nas redes sociais, em protesto contra a imposição do talibã sobre o uso da burca. As mulheres publicam uma fotografia vestidas com roupas coloridas, explicando que esses vestidos é que são os trajes tradicionais afegãos.
O protesto na internet está usando a linguagem das redes sociais com hashtags e seguida da frase DoNotTouchMyClothes (NãoToquemNasMinhasRoupas). Essa expressão, combinada com a fotografia, cria uma corrente agregadora para todas as pessoas que quiserem se associar à causa. A jornalista da BBC, Sana Safi, foi uma das primeiras mulheres a engrossar o movimento.
A campanha #DoNotTouchMyClothes foi iniciada por Roxana Bahar Jalali, historiadora afegã que fundou o primeiro programa acadêmico de Estudos de Gênero na Universidade Americana do Afeganistão. Em 2015, Jalali dizia que o objetivo desse curso era aumentar a consciência sobre o gênero como construção social, igualdade e integração nas diferentes culturas e especialmente no contexto do Afeganistão. O curso era dirigido a homens e mulheres para ganharem competências no reconhecimento do gênero na vida cotidiana.
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“Nenhuma mulher jamais se vestiu assim na história do Afeganistão. Isso é totalmente estranho à cultura afegã. Publiquei uma foto minha com o traje tradicional afegão para informar, educar e dissipar a desinformação que está sendo propagada pelos talibãs”, declarou Jalali à publicação India Times. O desafio de Jalali inspirou muitas mulheres de origem afegã em todo o mundo. “Esta é a cultura afegã. Este é o meu vestido tradicional” diz Assad. “O nosso traje cultural não são as roupas de dementador (ser das trevas/alusão aos filmes de Harry Porter) que os talibãs querem que as mulheres usem”. A frase #DoNotTouchMyClothes também é acompanhada por #AfghanistanCulture.
Há 20 anos, a burca conservadora foi imposta pelos talibãs. Esse código de vestuário está de volta com a nova fase política do país.
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