“A atividade física aumenta o desejo?” – Os exercícios físicos favorecem a liberação de substâncias químicas cerebrais como a serotonina que pode inibir ou estimular o desejo. Vai depender da intensidade, e se o exercício for intenso pode gerar fadiga o que leva a falta de desejo.
“Existe remédio para aumentar o desejo?” – Não existe remédio específico. Vai depender de outros fatores como o relacionamento do casal, se está em conflito, se tem alguma doença, se tem problemas no trabalho. Nesses casos os fatores desencadeantes precisam ser resolvidos. A testosterona está indicada em alguns casos nos quais existe diminuição, como na menopausa nas mulheres e em homens após 40 a 60 anos.
“Pílulas anticoncepcionais podem inibir o tesão?” – Cerca de 20% de mulheres referem queda da libido mais relacionada ao medo de tomar remédio. Em outras o desejo aumenta, pois se sentem seguras sem risco de engravidar. Depende um pouco dos hormônios e muito mais do pensamento em relação ao método.
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“Se a mulher tomar Viagra, sente mais tesão?” Não. Testes recentes comprovaram que não funciona para mulher. É específico para provocar ereção nos homens, mas não desperta tesão nelas.
“Como os antidepressivos agem em relação ao desejo?” – A depressão pode causar diminuição da libido. Os antidepressivos também provocam queda do desejo. Interessante que depressão e seu tratamento acabam gerando diminuição ou inibição do desejo. O ideal é substituir o antidepressivo por outro que não tenha esse efeito inibitório. É importante analisar cada situação e incrementar outras formas de estimular e melhorar a sexualidade. Também é importante saber que atividade sexual não é obrigatória. Existem pessoas que não tem interesse sexual, denominadas de assexuadas.
“Cirurgia do útero e dos ovários faz perder a vontade de sexo?”- Não. A retirada do útero pode interferir quando a mulher passa a se sentir menos mulher. É um mito e tem um efeito psicológico.
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“O que desperta mais o desejo nos homens? Palavras ou ação?” – Depende do homem. Usar palavras, toques ou ambiente de sedução estimula mais as mulheres. A ação de toques eróticos e o visual em geral estimula mais os homens
“Tenho vergonha de meu corpo e isso acaba com o meu interesse por sexo. O que faço?” – Isso é o mito do corpo perfeito e que está na cabeça de muitas mulheres, de alguns homens também, e só atrapalha. Importante ser sensual e saber onde e como tocar o parceiro do jeito que ele gosta, usar menos luz no ambiente. Não valorize a aparência, priorize o prazer.
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“Se diminuiu ou acabou a vontade, o que fazer?” – Dá para recuperar o tesão dentro do próprio relacionamento com incremento de técnicas de estimulação, especialmente com volta ao interesse, estímulos de toque, carinho e demonstração de atenção. Mas de nada adianta a técnica se a relação não estiver bem fora da cama. A cumplicidade e o entrosamento no dia a dia são fundamentais para um casal reacender o desejo. O desejo precisa ser cultivado, é impossível ter desejo se não se pensa em sexo.
“Meu parceiro/a não me procura mais para fazer sexo. Por que será?” – Essas e outras tantas perguntas são muito frequentes na atualidade entre as mulheres, enquanto que esse assunto é praticamente ausente entre os homens. Em épocas passadas a questão do desejo não tinha menor importância e não era discutida entre as mulheres porque ter desejo ou falar em desejo era proibido ou de mau comportamento. O desejo sexual é um sentimento que impulsiona o indivíduo a buscar atividade sexual, desde a estimulação, desenvolvimento da excitação até o orgasmo.
Utilizando como critério “experimentar desejo sexual espontâneo ocasionalmente, raramente ou nunca”, uma pesquisa demonstrou que pode chegar a 80% entre as mulheres. O desejo e excitação estão inter-relacionados, podendo um fortalecer o outro. O modelo feminino pode partir de um estado de não vontade para a estimulação, ela fica excitada e o desejo vir depois . Já no homem o desejo antecede a excitação, na maioria das vezes, porém pode apresentar-se mesmo sem desejo, e quando é estimulado ficar excitado. Na verdade não existe uma regra, como em tudo relacionado à sexualidade.
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Em estudo do comportamento sexual no Brasil foram encontrados índices de 23,4% de queixas de falta de desejo para mulheres jovens, chegando a 73% para mulheres acima de 60 anos. Já entre os homens, em estudo que envolveu 29 países e avaliou 13.618 homens, entre 40 e 80 anos, em relação à pergunta “falta de interesse sexual frequentemente”, a resposta foi de 1,3 a 3,1%, sendo que em jovens a prevalência é menor.
Hormônios e neurotransmissores regulam o impulso sexual. O principal é a testosterona (hormônio masculino também presente nas mulheres) que motiva para a atividade sexual. No entanto, existem fatores envolvidos que interferem diminuindo o desejo, como conflitos entre o casal, relacionamentos conturbados, ansiedade, depressão, fadiga, falta de atração, doenças físicas e medicamentos. Por outro lado, temos situações que aumentam o desejo, como apaixonamento, um clima de romance, momentos de envolvimento afetivo, interesse na conquista. São citados alguns alimentos, chás ou frutas chamadas de afrodisíacos, que poderiam despertar desejo, porem isso é mito e sem comprovação. O desejo é uma resposta psíquica /psicológica de elaboração mental própria de cada pessoa, podendo ser estimulado ou inibido, conforme a situação.
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