Se há um assunto que tem se mantido na ordem do dia em todos os ambientes sociais (inclusive e muito especialmente nas capas e nas páginas principais dos jornais e nas pautas de todos os demais veículos de comunicação), este sem dúvida é o clima. E por clima, nos últimos meses (ou anos), entenda-se oscilações ou instabilidades, que vão desde a estiagem severa (sob o efeito do fenômeno La Niña) até as enchentes devastadoras (como as que a sociedade do Sul do Brasil vivenciou sob os efeitos do atual El Niño). A partir disso, muito se tem falado e muito se tem debatido, previsto, calculado e ponderado. E, na verdade, pouco, ou muito pouco, tem sido feito na prática.
A cada nova estiagem, inúmeros são os apontamentos feitos por especialistas que sinalizam para uma possível mitigação de estragos ou de efeitos em futuras ocorrências do gênero. Entre a retórica imediatista e a ação, o percurso não deixa de ser parecido com as rodovias, em relação às quais se faz muita promessa e, na prática, o que se verifica são mais buracos e mais desgastes de pavimento. Agora, diante das enchentes e dos estragos quase incontornáveis que elas causaram, novamente na retórica prontamente as medidas são anunciadas: nem o dinheiro prometido chega, que dirá então alguma medida prática.
E se tudo isso que as gerações atuais viram e testemunharam ou de que tomaram conhecimento ainda não foi suficiente para inspirar mudanças de conduta (estas sim imediatas, indispensáveis), o que mais precisará acontecer para que se saia da inação e da apatia à prática? Talvez a reportagem especial deste fim de semana, assinada pelo jornalista Iuri Fardin, possa ser bom começo para refletir a sério sobre o mundo que espera pelos jovens de hoje, pelos filhos e netos dos que hoje parecem viver no melhor dos mundos, usando e abusando dos recursos naturais como se o planeta Terra tivesse sido criado só para eles, como um shopping center particular.
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Doutor em desastres naturais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o gaúcho Marcos Kazmierczak, atualmente radicado em São Paulo, natural de Santo Ângelo, mas com fortes vínculos com Santa Cruz, onde já residiu e estudou, é uma voz taxativa no sentido de nos fazer acordar. Em entrevista exclusiva, ele enfatiza que não há mais espaço para divagações ou tergiversações: ou mudamos nossa forma de lidar com o meio ambiente, com a natureza que nos cerca (e não importa em que lugar moramos), ou essa natureza talvez expulse ou elimine o agressor (o ser humano) por sua própria conta e risco. Até porque ela não está preocupada ou se orienta por ganhos financeiros ou monetários, ou interesses localizados (nem que tenha de eliminar mansões do caminho); ela se orienta pela necessidade do equilíbrio, coisa que, pelo visto, o ser humano já não sabe mais nem o que é. Boa leitura, e bom final de semana!
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