Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Polêmica

“Não sou contra a vinda da Havan. Não sou imbecil”, diz sindicalista

Após a repercussão sobre a possível vinda da loja Havan para Santa Cruz do Sul, o presidente do Sindicato dos Comerciários, Afonso Schwengber, se manifestou sobre o assunto, já que o diretor de Expansão da empresa, Nilton Hang, disse que a instalação depende apenas de um acordo com o sindicato. “Não sou contra a vinda da Havan e de nenhuma outra empresa para Santa Cruz do Sul porque eu seria um imbecil e eu não sou”, disse. No entanto, ele não concorda com a abertura da loja aos domingos.

O principal ponto é que a Havan, por ser uma empresa mais ampla, transita tanto entre o setor supermercadista quanto lojista. Em Santa Cruz do Sul as categorias têm negociação diferenciada com o sindicato. Enquanto os funcionários de supermercados trabalham aos domingos, o comércio permanece fechado. “A Havan, como qualquer outra empresa que vier para Santa Cruz, tem que respeitar os trabalhadores da cidade e como funciona o comércio daqui”, declarou.

Diante da grande repercussão nas redes sociais a favor da vinda da empresa – e questionando o posicionamento do sindicato – Schwengber argumentou que nunca teria dito que era contra a Havan. “Podem vir e serão muito bem recebidos, mas que venham dentro do contexto de Santa Cruz e não para mudar tudo”, disse.

Publicidade

O argumento do sindicato é de que não há demanda para que o comércio abra mais um dia na semana. “Não tem nada a ver com religião essa questão de não poder trabalhar no domingo, de ter que descansar no sétimo dia. Nós já liberamos dois domingos em dezembro. Mas só quando tem necessidade e não apenas abrir por abrir”, explicou.

Foto: ReproduçãoAfonso deu entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta terça-feira
Afonso deu entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta terça-feira

 

Schwengber afirma ainda que o santa-cruzense deveria aproveitar melhor o horário do comércio. “Mas aí o pessoal vai dizer que quer comprar uma carne no domingo para fazer churrasco. Essa mesma carne está disponível na quarta-feira. Geladeira todas as famílias têm. Então não é necessário deixar para comprar só no domingo”, argumentou.

Publicidade

Conforme o diretor de Expansão da empresa, Nilton Hang, a loja funciona em três turnos de trabalho. A jornada diária de um funcionário é de 7 horas e 20 minutos. Trabalha-se em dois domingos e folga-se no terceiro. Ao trabalhar no domingo, o funcionário recebe um valor diferenciado e tem folga durante a semana. 

Apesar de Hang ter dito que iria se reunir com o sindicato nesta quinta-feira, 24, Afonso afirma que tem uma agenda a cumprir e o encontro deve acontecer apenas na semana que vem. Uma reunião com o Sindilojas também está marcada. “Ninguém vai me convencer de que o comércio precisa abrir aos domingos. A realidade é bem diferente na prática. O trabalho dignifica, a escravidão não. Hoje o que se faz é escravizar o trabalhador brasileiro. Nós estamos à disposição e vamos chamar os comerciários. Eu tenho as minhas ideias mas quem diz o que eu devo fazer são eles. Eu respeito o que pensa a maioria.”

LEIA MAIS: Vinda da Havan para Santa Cruz depende de acordo com sindicato

Publicidade

“Não vejo motivo pra tanto alarde”, diz presidente da ACI

Enquanto não há acordo entre a Havan e o Sindicato dos Comerciários, a Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz acompanha a situação de perto. Movida pelo interesse em geração de empregos, renda e impostos ao município, a entidade inclusive esteve em Brusque para tratar da vinda da loja para Santa Cruz, conforme o presidente da ACI, Lucas Rubinger.

Em entrevista à Rádio Gazeta, Rubinger afirmou que o interesse da Havan em Santa Cruz é uma grande vitória, considerando o momento delicado da economia nacional. “Eu entendo que essa é uma loja regional. Se fala muito no comércio local de pessoas daqui que vão a Porto Alegre comprar. Nós precisamos pensar no mesmo processo de trazer pessoas para comprar aqui, tendo atrativo comercial”, explicou.

Publicidade

Sobre a discussão referente ao trabalho nos domingos e feriados, o presidente da associação afirmou que espera que o Sindicato dos Comerciários seja “sensível” e que a decisão seja “para o bem do município”, ressaltando que a escolha não deve ser unilateral. “O primeiro ponto importante é que as pessoas não são escravizadas, muda a rotina dela, passam a folgar em outro dia, que não mais o domingo”, compartilhou.

Rubinger ainda destacou que os funcionários receberiam adicionais por trabalhar durante os domingos e feriados e que continuariam a ter uma folga por semana. “Entendemos também que essas 180 pessoas que vão se candidatar a estas vagas já sabem desta condição [de trabalhar no domingo]. Não vejo problema nenhum e não vejo motivo pra tanto alarde, tanto escarcéu, para falar tanta coisa, uma vez que isso já acontece em outros setores, como hospitais, postos de combustíveis e outros”, finalizou. 

Foto: Reprodução/FacebookComitiva da ACI esteve em Brusque para tratar da vinda da loja para Santa Cruz
Comitiva da ACI esteve em Brusque para tratar da vinda da loja para Santa Cruz

 

Publicidade

O que diz a Prefeitura

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, César Cechinato, relatou, em entrevista ontem à Rádio Gazeta, que o Município vê como positiva e apoia a instalação da Havan em Santa Cruz do Sul. De acordo com ele, o empreendimento é importante para a geração de emprego e renda, além de ser uma oportunidade de potencializar Santa Cruz como um polo regional e estadual de compras e atrair outros investidores. “Esta é uma operação que não deve ser vista como prejudicial, mas sim como uma forma de complementar todos os outros estabelecimentos que temos”, salientou.

Cechinato ainda destacou o número de empregos novos que devem ser criados já no início da operação da loja e também o valor do investimento que será feito durante o processo de instalação no município. São 180 empregos diretos e R$ 25 milhões em investimento. Além disso, observou que a Prefeitura sempre incentiva e busca por empresas de qualquer segmento que tenham interesse em investir e gerar empregos em Santa Cruz. De acordo com ele, o Município está confiante em relação às tratativas que vão acontecer entre a Havan e o Sindicato dos Comerciários.

LEIA MAIS: Grupo de empresários quer trazer unidade da Havan para o município

Foto: DivulgaçãoAs lojas são inspiradas na Casa Branca e, em frente, há uma réplica da estátua da liberdade
As lojas são inspiradas na Casa Branca e, em frente, há uma réplica da estátua da liberdade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.