“Não queremos burocratizar esse sistema”, diz secretário do Cosems sobre vacinação de crianças

A polêmica envolvendo a aplicação de vacinas contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos ganha um novo capítulo nesta segunda-feira, 27, no Rio Grande do Sul. Em entrevista ao programa Rede Social, da Rádio Gazeta, o secretário-executivo do Conselho das Secretarias Municipais do Rio Grande do Sul (Cosems/RS), Diego Espíndola, afirmou que a prescrição médica não será exigida no Estado e que “respeita e acredita” na posição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A resposta do Conselho vem após pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, enfatizando que a imunização infantil é “coisa muito séria” e defendendo medidas que podem dificultar o acesso à vacina, como a apresentação de receita médica. O mesmo tom foi adotado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Especialistas ressaltam, no entanto, que a exigência de receita atrasaria a vacinação e dificultaria o acesso à proteção, sobretudo para as famílias mais vulneráveis.

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Segundo Espíndola, a decisão de não exigir prescrição médica no Rio Grande do Sul já foi tomada, em parceria com o Governo do Estado. Outros estados brasileiros também têm derrubado a possível exigência. “O que queremos é que os pais levem as suas crianças e vacinem o mais rápido possível”, disse, à Rádio Gazeta. “Vimos a onda da Ômicron assolando outros países que têm baixo índice de vacinação, e um índice crescente (de Covid-19) nesta faixa etária, dos 5 aos 11 anos. E nós queremos que, caso venha uma onda de Ômicron ao Brasil, a gente tenha as nossas crianças vacinadas”.

O secretário-executivo ainda reforçou o posicionamento da Anvisa, que autorizou o uso do imunizante da Pfizer nas crianças de 5 a 11 anos no Brasil. “Temos o respaldo de grandes técnicos da Anvisa, que é um órgão respeitado no Brasil, e a gente respeita e acredita na posição da Anvisa para seguirmos nesta próxima meta de vacinação aqui no Rio Grande do Sul. A gente sempre acreditou, desde o início da pandemia, nas recomendações da Anvisa. Não erramos uma vez e não vai ser desta vez que vamos errar”, afirmou.

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Conforme Espíndola, a determinação não tira o direito dos pais levarem os filhos ao médico e garantirem uma receita para a aplicação da vacina, mas desobriga aqueles que não quiserem o fazer. “Caso algum pai queira levar (ao médico, para receber prescrição médica), é de livre escolha dos pais dos nossos gauchinhos”, disse. “A gente não quer burocratizar o sistema e exigir que todos os pais procurem pediatras para, através de uma receita, ter acesso a uma vacina. Nós estamos deixando a liberdade de escolha para os pais. Se todos os pais do Rio Grande do Sul quiserem procurar um médico e apresentar no momento a prescrição, estaremos recebendo com tranquilidade. O que não queremos é burocratizar esse sistema no Rio Grande do Sul, como o Ministério da Saúde está pensando para o Brasil”.

A vacina, conforme o representante do Conselho, será diferente da aplicada em adultos, com miligramagem e ampolas diferentes. No caso de crianças com comorbidades, Espíndola ressalta que a recomendação é que os pais procurem os médicos que já acompanhem os pequenos para que seja avaliada, junto ao profissional, a possibilidade de aplicação da vacina contra a Covid-19, de acordo com a realidade de cada criança. Ainda sem informações sobre quantidade de doses ou calendário de vacinação, o secretário-executivo ressalta que os municípios estão sendo capacitados para o momento em que a imunização das crianças tenha início. “Para que todo mundo esteja organizado e (a vacinação) flua o mais rápido possível no Rio Grande do Sul”.

Colaborou a jornalista Maria Regina Eichenberg.

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Ouça a entrevista completa:

https://api.soundcloud.com/tracks/1185725833

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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