Um grave atropelamento no interior de Vera Cruz mobilizou um grupo de ciclistas a se manifestar por mais segurança no trânsito. O ponto de concentração do ato, realizado no fim da tarde dessa quinta-feira , 7, foi em frente ao Hospital Santa Cruz (HSC), onde César Augusto Swarowsky, de 29 anos, recebe tratamento.
O acidente aconteceu na tarde de 27 de outubro, um domingo, na localidade de Linha Dona Josefa. Com o impacto, o ciclista foi jogado para o lado da estrada, em uma área de mato. O motorista fugiu sem prestar socorro. O caso provocou revolta entre os ciclistas da região. Pelo menos 40 pessoas participaram do ato na Rua Fernando Abbott, no centro de Santa Cruz.
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Analista de engenharia de software, César Augusto Swarowsky acompanhou o ato dos amigos da janela do quarto onde está internado desde 1º de novembro. Ele permaneceu na UTI durante cinco dias.
Swarowsky se tornou ciclista neste ano. “Foi uma maneira de espairecer em um momento de muitos acontecimentos. Me deixa mais tranquilo e feliz e contribui com a saúde”, afirmou. O morador de Vera Cruz iniciou pedalando com um grupo. Após um tempo, passou a praticar sozinho pelo interior do Vale do Rio Pardo.
No dia do acidente, os pais estavam na casa da avó, em Vale do Sol. Assim, combinou que iria até lá de bicicleta. Analisou o trajeto pelo celular e seguiu caminho. Conforme Swarowsky, em um certo momento, percebeu que o Honda Civic passou a segui-lo. “Ele me ultrapassava e freava na minha frente de forma brusca. Foram três vezes. Ele fez gestos e baixou o vidro. Não faço a menor ideia do motivo”, contou.
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Preocupado, começou a sinalizar para o motorista passar. Indagou, por meio de gestos, o que estava ocorrendo. Porém, no quarto encontro, foi atropelado. “Ele me atropelou de propósito mesmo. Não prestou socorro e eu fiquei atirado lá, sangrando. Eu achei que ia morrer lá.”
O ciclista passou por uma cirurgia nessa quarta-feira, 7. Além das marcas do acidente em todo o corpo, Swarowsky trata dos traumas psicológicos. “Estou tomando antidepressivos. Chorei muito nos primeiros dias”, afirmou.
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Para a vítima, não se tratou de um acidente de trânsito. “Tive a infelicidade de cruzar o caminho de um psicopata.” Mas apesar do ocorrido, afirmou que continuará a pedalar. “Talvez não terei o mesmo desempenho de antes, mas só o futuro irá dizer. Não podemos perder a fé.”
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