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Não é uma página virada

A Covid-19 ainda não é uma página virada. Com o ano de 2024 quase batendo à porta, o vírus infelizmente não desapareceu. E, embora não tenha o mesmo impacto letal visto no auge da pandemia, não pode ser desprezado. Longe disso. Manter-se em dia com a vacinação é indispensável, sobretudo se você pertencer a um grupo vulnerável – idosos, hipertensos e diabéticos, por exemplo.

As notícias são de aumento dos casos e uma cobertura vacinal que persiste abaixo do esperado. Nessa quinta-feira, 9, o Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revelou que o Rio Grande do Sul é um dos estados que tiveram aumento nas internações por Covid-19. Os dados referem-se ao período de 29 de outubro a 4 de novembro. Bahia, Santa Catarina e São Paulo também registraram mais hospitalizações em razão da doença.

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Ao mesmo tempo, a proliferação de notícias falsas ajuda a explicar a baixa procura pela imunização. Fake news sobre supostos efeitos colaterais da vacina bivalente (todos eles terríveis), como problemas cardíacos e câncer, ainda encontram público. Há uma receptividade crédula para coisas assim. Todos sabem de alguém que faleceu por Covid-19, e não há nenhum registro de pessoas mortas por terem se vacinado. Mas parece que isso não importa.

Como resultado da baixa procura, muitas vacinas acabam descartadas porque o seu prazo de validade expirou. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, no período de janeiro a outubro deste ano, a Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadi) livrou-se de 4.360 doses de imunizante contra Covid-19. Elas estavam vencidas.

Fui diagnosticado recentemente com Covid-19, já em minha segunda experiência com a doença. Os sintomas foram brandos, basicamente tosse e mal-estar, mas não faço questão de revivê-los. E ninguém quer voltar àqueles dias de apreensão, isolamento, restrições e rostos escondidos por máscaras. O melhor é afastar esse fantasma de vez. Só há um jeito: vacina no braço. Se não por si mesmo, pelas pessoas que o cercam e estarão mais seguras se você estiver.

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Guilherme Bica

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