Há um aspecto do convívio social que tem ficado em gritante evidência (e o trocadilho, nesse caso, é mais do que oportuno) em todo o ambiente urbano: o da poluição sonora. Quem circula pelas áreas centrais de Santa Cruz do Sul não terá tido nenhuma dificuldade em perceber que há um barulho, uma agitação, um frenesi em espaços públicos muito acima do aconselhável para uma interação harmônica (e respeitosa). E, em especial, para toda e qualquer atividade que requeira concentração e reflexão (que são quase todas elas). E, ao que tudo indica, por relatos advindos de moradores de outras regiões, o cenário não tem sido muito diferente nas diversas ruas, e não só durante o dia, como também à noite.
O coexistir em ambientes como o das cidades, de qualquer porte, implica, impreterivelmente, em regras de conduta, em comportamentos com limites fixados, para que as vontades ou os interesses de uns não firam irremediável e agressivamente os interesses dos demais. Para todos os públicos há espaços e horários que lhes são facultados. Mas quando as vontades, os impulsos e os hábitos de alguns (não raro, de uma minoria) se impõem sobre todos os demais, sem respeitar regras previamente fixadas ou em vigor, é imprescindível que os organismos, o chamado poder público, sejam acionados e entrem em ação. A edição da Gazeta do Sul de quarta-feira, 20, repercutiu questão que envolve moradores de uma das regiões do Centro e um estabelecimento que promove música ao vivo à noite, na Rua Borges de Medeiros. Para os cidadãos reclamantes, o som alto os impossibilita de ter uma rotina de convívio ou de sossego mesmo que estejam em seus lares. O proprietário do estabelecimento informa que buscará se adequar de maneira a não mais interferir de forma tão ostensiva na vizinhança.
Mas há inúmeras outras situações que, mesmo durante o dia, ultrapassam uma certa conveniência da poluição sonora. Há carros de som berrando a todo volume propagandas e convites de lojas, não raro disputando entre si, simultaneamente, com as caixas amplificadoras ligadas ao máximo, a atenção do público. Há animadores de porta de loja fazendo verdadeiros shows, alternando ritmos e estilos de música em plena calçada como se se tratasse de atrativo de Oktoberfest ou balada. Há estruturas com megafone, berrando suas promoções ou vantagens a metros da porta de entrada de outro estabelecimento. Em suma, um caos. Uma selva. E ninguém parece se interessar ou se importar em regrar ou disciplinar esse engalfinhamento sem regra e completamente indisciplinado.
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No meio de tudo isso, acossadas por tantas informações simultâneas, circulam pessoas de todas as idades, tentando entabular alguma conversa, atender um celular ou resolver suas demandas e pendências. Tanto ao poder público quanto aos que berram ofertas em carros de som ou megafones deve ficar evidente a inconveniência e a completa falta de respeito com todos os demais lojistas que não usam dessas estratégias, que, assim, podem ser tudo, menos leais. E algo que não é leal, definitivamente, destoa. Bom final de semana!
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