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UMA TONELADA

“Não caiu a ficha quando vimos aquela montanha de droga”, diz policial militar

Soldados Tamires e Braga apreenderam montante que estava em Equinox modificado

Passado um mês da maior apreensão de drogas da história do Vale do Rio Pardo, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) segue investigando em sigilo os detalhes do caso, ocorrido em 22 de setembro. Naquela manhã, por volta de 10 horas, Brigada Militar (BM) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagraram uma operação conjunta e localizaram, dentro de um Chevrolet Equinox preto apreendido, mais de uma tonelada de maconha. Eram 1.012,4 quilos da droga, acondicionados em pacotes roxos e que estavam escondidos na traseira do carro clonado.

O motorista fugiu. Desde então, um intenso trabalho de apuração da Polícia Civil, com forte atuação do Instituto-Geral de Perícias (IGP), vem sendo realizado para identificar os envolvidos. Único policial a estar frente a frente com um dos traficantes, na propriedade rural onde o carro foi deixado pelos criminosos durante a fuga, o soldado Jéferson Braga Azevedo, de 30 anos, conversou com a Gazeta do Sul e detalhou como os fatos aconteceram na manhã histórica.

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Ele atuou na ocorrência com a colega soldado Tamires Freitas da Silva, de 33 anos. “Não caiu a ficha quando vimos aquela montanha de droga”, relatou Braga. Segundo ele, as primeiras informações, ainda antes das 9 horas do dia 22, chegaram a partir de um contato feito por donos de uma propriedade rural em Linha Henrique D’Ávila, no interior.

“Uma mulher foi até a delegacia, pois trabalha perto, e relatou que o marido dela havia lhe dito que um carro havia entrado em alta velocidade na fazenda deles, e um homem muito estranho estava na volta. Colocamos ela na viatura e fomos até lá. No caminho, vimos um carro da PRF e achamos estranho eles estarem pelo Centro da cidade.” Chegando no local, Braga e Tamires viram o Equinox preto.

“O carro estava bem rebaixado, muito pesado, todo sujo de barro, sem a chave, e com os vidros totalmente escuros. Usaram uma tinta refletiva e pintaram com spray pelo lado de dentro, que não dava para enxergar nada. Quebrei o vidro traseiro, vi que os bancos estavam rebatidos e tinha um pano por cima.” Ao levantar o tecido preto, viu uma grande quantidade de pacotes roxos. “Eu nunca imaginaria que fosse tanto. Pensei que tinha uns 500 quilos, mas nunca mais de uma tonelada”, disse Braga.

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Pacotes roxos estavam no banco traseiro do carro | Foto: Cristiano Silva

Traficantes tentaram resgate dos entorpecentes

A quantidade de droga dentro de um veículo modificado chamava a atenção, e fez o policial militar associar esse fato à presença da PRF no perímetro urbano. “Tentamos contato com a PRF de Pantano, não consegui retorno, e a Tamires foi no Centro verificar se o veículo deles estava por ali, mas não o encontramos.” Foi neste momento, entre a saída da policial com a viatura e a chegada de apoio de outras guarnições da BM e também da PRF, que os criminosos tentaram fazer o resgate da droga.

Quatro homens chegaram perto da entrada do terreno em um Volkswagen Fox prata. Um deles desceu e caminhou no terreno até onde estava o carro, carregando na mão uma bolsa preta. O policial chegou a perguntar para os moradores da propriedade se eles o conheciam, e estes disseram que sim, que seria um trabalhador da fazenda. Mas, ao se aproximar mais do carro, verificaram que não era conhecido. “Quando ele percebeu que eu estava ali, se assustou, colocou as mãos no rosto e fugiu para o mato. E o Fox arrancou pela rodovia”, contou Braga.

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Dias depois, um tênis deste homem que fugiu foi localizado na área de mata por policiais da Patrulha Escolar. E a chave do automóvel, que estava com o mesmo homem, também foi encontrada nas proximidades por um agricultor. “Na hora em que tentaram recuperar a droga, acharam que tinha mais policiais. Se eles soubessem que estávamos só eu e a colega, talvez tivéssemos trocado tiros, pois o prejuízo foi muito grande para o tráfico.” Segundo o PM, a ficha de que ele e a colega haviam feito a maior apreensão da história do Vale do Rio Pardo foi caindo aos poucos.

“Por mais que a gente chutasse, não imaginava que passaria de uma tonelada. Ficamos meio bobos na hora. Tinha ocorrido um tempo antes a da Draco, de 750 quilos, que teve uma investigação e planejamento da Polícia Civil. Mas ali, nós, de Vera Cruz, entre dois, nos depararmos com aquela quantidade de droga, foi algo surreal”, comentou. “A gente só se deu conta do tamanho da situação depois que a reportagem chegou, e já tinha umas seis viaturas da PRF e muitos agentes na volta, além das guarnições da BM e da Polícia Civil.”

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