Em tempos de crise, o trabalho de profissionais de coaching – que fornecem orientação profissional para a carreira, a vida pessoal e os negócios – vem ganhando cada vez mais espaço. Considerada uma das referências brasileiras da área na atualidade, a psicóloga e master coach Renata Arrepia está em Santa Cruz do Sul esta semana para cursos e palestras. Na segunda-feira, ela esteve no restaurante La Campana durante a primeira reunião-almoço da diretoria da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz, onde falou sobre mercado de trabalho e como conquistar objetivos.
No restante do dia, ministrou a primeira aula de um curso que se encerrará amanhã, no Salão de Convenções do Aquarius Flat Hotel. A formação é de 12 horas ao dia e tem como público-alvo pessoas que querem se tornar profissionais de coaching, líderes de empresa que buscam orientações e empresários no geral. A reportagem da Gazeta do Sul aproveitou a passagem da coach na cidade para um bate-papo sobre os desafios do mercado de trabalho, carreira e sucesso pessoal e profissional.
ENTREVISTA
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Gazeta do Sul – Qual o maior desafio hoje na vida profissional?
Renata Arrepia – A maior necessidade das pessoas é acreditar que elas podem. Nós sempre partimos do princípio de que não estamos prontos. Você só fica pronto quando aprende a fazer, e só aprende a fazer quando toma uma decisão. Muitas pessoas desistem do que querem porque acham que não sabem, que não estão prontas.
Gazeta – O que as pessoas que querem mudar de vida, começar um novo projeto ou alcançar objetivos profissionais precisam fazer?
Renata – A maioria sabe bem o que não quer, mas não sabe o que quer. São objetivos negativos: “não quero ganhar tão pouco, não quero mais passar por isso”. A gente precisa saber para onde está indo porque, se não souber, qualquer caminho serve. Aí acabamos aceitando oportunidades que vão nos afastando do que realmente queremos. Aceitamos trabalhos por dinheiro, por carência afetiva, mas que não têm nada a ver com a gente. Já quando você tem um propósito, é capaz de fazer qualquer coisa por ele. Esse é o primeiro passo: saber onde se quer chegar.
Gazeta – E depois?
Renata – O primeiro ponto é lidar com os problemas. É necessário se perguntar: o que está me impedindo de chegar aonde quero? Quais as habilidades que preciso ter para atingir esse objetivo? Um problema só é um problema quando não se tem habilidades para resolver. É preciso desenvolver essas habilidades e estar preparado, afinal, quando você resolver um problema, vai vir outro. Mas, uma vez que você o resolveu, adquiriu uma nova habilidade e aquilo não vai ser um empecilho no futuro. As pessoas que mais têm sucesso são aquelas que mais ousaram resolver seus problemas.
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O outro ponto é enfrentar o medo. Ao mesmo tempo em que ele nos protege dos perigos, também nos priva. Então, aquele muro que a gente cria para que o perigo não venha também nos impede de ver o mundo. É preciso ter consciência: o que é real nesse medo e o que estou criando que não existe? Quando não consegue identificar isso, a pessoa paralisa e vai deixando tudo pra depois. Se tem uma coisa que aprendi é que, se você espera, deixa sua vida nas mãos de alguém. Agora, quando você começa a tomar decisões, é você que está decidindo para onde a sua vida vai.
Gazeta do Sul – Quais as características que pessoas bem-sucedidas têm em comum?
Renata – Inteligência emocional, capacidade de aprender a liderar – porque não é um dom, mas uma habilidade –, planejamento e tomada de decisão. Não adianta só planejar e não entrar em ação, e não adianta nada entrar em ação sem planejar. Há pessoas que preferem ficar na tentativa e no erro, ao invés de passar um tempo planejando e evitar uma série de problemas. A inteligência emocional é saber lidar, identificar as próprias emoções, saber por que está fazendo e sentindo determinadas sensações e, dessa forma, administrar as coisas de forma equilibrada e racional.
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