Política

Nádia Gerhard: “Emenda individual é compra de votos”

Não é por acaso que Nádia Gerhard ostenta o título de comandante no nome de urna: tenente-coronel da Brigada Militar, onde atuou por 27 anos, foi a primeira mulher no Estado a comandar um batalhão. Conhecida por ter implantando a Patrulha Maria da Penha no Rio Grande do Sul, está no segundo mandato de vereadora em Porto Alegre e notabilizou-se por defender posições conservadoras. Esse ano, foi o primeiro nome lançado para disputar uma vaga no Senado.

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Entrevista

Nádia Gerhard (PP)

A adesão ao Regime de Recuperação Fiscal é criticada por candidatos de oposição. Qual a sua avaliação?Um acordo feito a pouco mais de 90 dias do fim de um governo me parece equivocado, porque pode outro governador assumir. Isso poderia ter acontecido no início do governo, mas não no final. Como senadora, estarei à frente de uma nova negociação, que no meu entendimento não tem como não ser feita. Do jeito que está posto, o RS vai pagar muito além do que deve.

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Reduzir o teto de ICMS para baixar o preço da gasolina foi uma decisão acertada, considerando a queda nas receitas dos estados? Sim, porque as pessoas foram obrigadas a não trabalhar (na pandemia). As liberdades foram canceladas por equívocos do governo estadual. Isso doeu no bolso das pessoas, e o governo federal encontrou uma forma de amenizar a situação. Essa redução no ICMS foi muito importante porque o preço da gasolina não estava mais cabendo no bolso das pessoas. Como senadora, vou questionar o pacto federativo.

Qual deve ser, no seu entendimento, a prioridade de uma reforma tributária? Reduzir o custo Brasil. Precisamos incentivar o empreendedor. Tem que simplificar e diminuir a carga tributária.

A senhora acredita que a forma de indicação dos ministros do STF deve ser modificada? Com certeza. O que temos visto é que funções do Legislativo e do Executivo são usurpadas pelo STF. Como senadora, vou fiscalizar e estar muito atenta a esses movimentos, inclusive fazendo com que pedidos de impeachment de ministros saiam das gavetas.

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O Congresso é criticado por aprovar criação de despesas sem indicar fonte de receitas, como no caso do piso da enfermagem, que foi suspenso pelo STF. Qual sua visão? De novo, o Supremo suspendeu uma medida aprovada dentro da legalidade. Por certo, toda despesa deve ser aprovada com a indicação de onde sairá a receita. Vamos ter que discutir muito isso. É preciso responsabilidade fiscal.

O orçamento secreto deve acabar? Tudo o que é feito no anonimato não faz bem. Sou muito favorável à transparência e é isso que vamos buscar.

A senhora, então, não se valeria das emendas de relator? Não pode ter. Secreto, nada. Primeiro, não concordo com emendas individuais. Concordo com emendas de bancada. Para mim, a emenda individual é nada mais, nada menos do que compra de votos e não faz bem a ninguém.

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O porte de armas foi flexibilizado e hoje há casos de cooptação de colecionadores por grupos criminosos. O que a senhora pensa? Generalizações não são inteligentes. Os CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) passam por um sistema rigoroso, precisam comprovar muitas coisas. Se temos esse problema (de cooptação de CACs), é pontual. Sou totalmente a favor do armamento civil. Por melhores que sejam as nossas polícias, elas não são onipresentes, e as pessoas precisam ter a liberdade de comprar ou não o armamento.

Qual sua posição sobre legalização do aborto e de drogas? Totalmente contra. Defendo a vida, que se inicia no útero da mãe. Legalização das drogas, nunca. Nem maconha nem outros tipos. Drogas efetivamente financiam criminosos, financiam armamentos e têm sido uma das pautas de destruição das famílias. Defendo a liberdade, mas jamais liberação de drogas e jamais aborto.

LEIA A PRIMEIRA ENTREVISTA DA SÉRIE:

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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