É um privilégio poder conviver de perto com o que faz o agro no País, a partir de nossa experiência local com o tabaco e da elaboração de anuários brasileiros bilíngues de várias cadeias produtivas, que começou justamente com a publicação sobre o nosso produto de destaque, há mais de 25 anos. Ao divulgar o 24º Anuário Brasileiro do Algodão em evento da Associação Nacional dos Exportadores (Anea), na Bahia, há poucos dias, acompanhei a grande comemoração de mais este setor, ao ser colocada também a pluma nacional na lista já saliente de líderes mundiais na exportação do agronegócio, que pode ser exibida pelo Brasil.
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O País, em pouco mais de duas décadas, passou de segundo importador para segundo maior exportador de algodão e, pelos números divulgados em junho pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que revisou dados da safra 2023/24, em fase final, agora alcança a primeira posição, que vinha sendo ocupada justamente pelos norte-americanos. Mas estes tiveram quebra de safra, enquanto nas áreas produtoras brasileiras, concentradas mais na região central de cerrado, houve forte aumento na produção no último ciclo e se repete neste, a partir de processos altamente tecnificados.
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A dianteira mundial ainda não está consolidada, podendo haver alternância com os EUA nos próximos anos, mas líderes do setor atestam que isso deve acontecer naturalmente, diante de predicados que o segmento apresenta, a partir de produção de qualidade, sustentável, rastreada e de preço competitivo. A meta estabelecida era atingir a liderança em 2030, mas já foi possível chegar lá bem antes, o que mereceu comemoração pelo “trabalho e pela competência demonstrados pelos produtores e demais elos da cadeia produtiva”.
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Com isso, alia-se a outros produtos importantes do agro nacional que já despontam há mais anos na exportação global. Em 2023, conforme dados do Ministério da Agricultura, foram 10 os líderes, pela ordem de valores: soja em grão, açúcar, milho, farelo de soja, carnes bovina e de frango, café, celulose, o nosso tabaco e o suco de laranja. O algodão já figurava entre as maiores receitas exportadoras no ano, mas a primeira posição mundial nesta safra só foi confirmada agora, e, como já dito, pode mudar no próximo ano, o que se prevê também para milho e farelo de soja.
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Porém, o que importa destacar é que o País assume cada vez mais protagonismo mundial no suprimento de produtos agropecuários e não se pode esquecer nunca do nosso tabaco, que já foi trazido por nossos imigrantes alemães há 175 anos e está há 30 anos nessa posição, mas de modo geral não recebe o devido destaque no País, precisando-se lembrar que também é agro. Ao contrário, é alvo de muitos ataques, o que é comum acontecer também no setor do agronegócio como um todo, esquecendo-se o seu grande papel econômico e social no País, tanto que responde por quase metade das exportações totais brasileiras.
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Além disso, o segmento é exemplo de ações sustentáveis, como ocorre com o citado algodão (que já lidera há mais tempo a produção sustentável global), assim como acontece com outras culturas e, de modo especial, com o produto destaque da nossa região e do Sul do Brasil, o tabaco, que serve de modelo ao mundo na área. Vale lembrar que nos dois casos sobressai a sua organização, tendo na pluma associações de produtores (estaduais e a nacional, Abrapa) e de exportadores (Anea), e, aqui, entre outras, as valorosas entidades Afubra e SindiTabaco.
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É um breve panorama para dizer que há muito a nos orgulhar no agro, que continua como base local e nacional, e neste mês comemora, com justiça, os produtores rurais e seu vital trabalho.
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