Alguns costumes do passado deixam saudades para muitos e, para os mais jovens, podem parecer estranhos. Segunda-feira passada, lembramos do footing (caminhadas pelo Centro). Hoje, destacamos outros, como o hábito das famílias de sentarem na calçada e dos homens saírem de pijama.
A rodinha na frente da casa ocorria no final da tarde, à noite (no verão) e nos sábados e domingos. No livro Uma janela para o passado, Moina Fairon Rech faz belos relatos destes encontros. Quando havia uma árvore de sombra, era ali que a turma se reunia. Cada um trazia sua cadeira e o grupo ia aumentando quando chegava um amigo.
Muitas vezes, cucas e bolos quentinhos eram repartidos. Enquanto os adultos conversavam, tomavam chimarrão e davam boas risadas, a criançada brincava em volta. O hábito fortalecia os laços entre os vizinhos e preservava a calçada varrida e sem inços. Afinal, ninguém queria receber os amigos em um espaço sujo. Da mesma forma, ajudava a manter o jardim da casa bem cuidado.
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Outro costume era vestir pijama em casa e até na rua. Os homens chegavam do serviço e logo trocavam o terno, a gravata e os sapatos pelo pijama e os chinelos. Assim iam para a frente da residência, ao armazém da esquina ou até faziam uma visita rápida ao vizinho (que também estava de pijama!). Nas rodas de pife entre amigos, era comum usar o traje de dormir. Se chegasse um visitante inesperado, um pouco mais solene, o anfitrião ia ao quarto trocar de roupa.
Após o jantar, era tradição dar uma volta na quadra, para fazer a digestão. Em Santa Cruz, quem morava perto das praças Getúlio Vargas ou da Bandeira, caminhava até lá ou conferia as vitrines das lojas próximas. O marido ia de pijama, fumando seu cigarro predileto. Não era raro as mulheres vestirem camisola, acompanhando o esposo no conforto do traje.
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