Dos 129 sítios culturais e naturais da África considerados patrimônios mundiais, 17 estão ameaçados. O alerta foi feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) na última quinta-feira, 5, – dia em que a comunidade internacional comemorou, pela primeira vez, o Dia Mundial do Patrimônio Africano.
Segundo a diretora-geral da agência da ONU, Irina Bokova Bokova, “o rol de ameaças (ao patrimônio) é longo, e vai desde conflitos armados, terrorismo, tráfico e aquecimento global, até a expansão urbana descontrolada e a exploração mineral e petrolífera, tudo isso se desenrolando em meio a transformações econômicas e sociais sem precedentes”.
Entre os locais ameaçados está o Parque Nacional de Garamba, na República Democrática do Congo, que abriga elefantes, girafas, hipopótamos e uma pequena população – apenas 30 animais – de rinocerontes brancos. Outro sítio cultural ameaçado são as Tumbas dos Reis de Buganda, em Uganda. O local guarda os cadáveres quatro túmulos reais e é apreciado por sua arquitetura complexa produzida apenas com materiais orgânicos.
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“Não existe a necessidade de se escolher entre patrimônio e crescimento, entre lindas paisagens e meios de subsistência dignos. Com as habilidades certas e com competências mais fortes, podemos aproveitar o potencial que o patrimônio tem para criar milhões de empregos dignos, ao mesmo tempo em que fornece um senso de dignidade, inclusão e orgulho”, destacou a chefe da UNESCO.
Para Bokova, o patrimônio cultural e natural da África deve ser visto como “uma força para a paz e também é uma força condutora do desenvolvimento e da inovação – o que torna fundamental a sua conservação”.
“Por meio da proteção dos recursos naturais, de rios e parques, podemos desencadear uma extraordinária fonte de energia renovável para todos”, explicou. “A salvaguarda do patrimônio ajuda na criação de empregos, na promoção da igualdade de gênero e na erradicação da pobreza.”
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Bokova ressaltou ainda que a UNESCO realizou progressos consideráveis na última década para aumentar o número de sítios africanos na lista dos Patrimônios Mundiais, melhorando a conservação e o gerenciamento de riscos, além de ampliar o envolvimento das comunidades locais e os benefícios destinados a elas.
A dirigente acredita que os esforços de conservação exigem a mobilização de toda a população e atores envolvidos em iniciativas de preservação, a começar pelas crianças em idade escolar, pelas mulheres e homens jovens.
Parceiros como o Fundo Africano do Patrimônio Mundial – que celebra seu 10º aniversário em 2016 – também devem ser incluídos nos projetos que buscam aumentar a conscientização mundial sobre o patrimônio africano e mobilizar uma maior cooperação para a sua salvaguarda.
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