Na 4ª edição da cavalgada, Anitas percorrem 20 quilômetros

Sob sol forte e calor de 36 graus em Santa Cruz do Sul, a Cavalgada das Anitas iniciou a 4ª edição nesse sábado, 5. O evento alusivo ao Dia da Mulher e que homenageia Anita Garibaldi reuniu amigas que gostam de andar a cavalo, percorrendo um trajeto de cerca de 20 quilômetros até Passo do Sobrado. Usando camisas iguais, as 32 participantes se mostraram animadas, mesmo com o clima inclemente e o longo caminho. A atividade foi autorizada pela Inspetoria Veterinária do município e contou com regras para a segurança das integrantes e dos animais, incluindo carros de apoio à frente e seguindo o grupo.

O evento sempre é feito entre casas de integrantes e já foi realizado em Linha Santa Cruz e Vera Cruz. A última edição, realizada em setembro, na Reserva dos Kroth, foi finalizada abaixo de chuva forte. Desta vez, após uma fala da organização, repassando as regras para que todas fizessem paradas para que os animais pudessem descansar, e para que as amazonas mais experientes auxiliassem aquelas que participavam do evento pela primeira vez, o grupo se uniu em oração. Com os chapéus contra o peito, as mulheres entoaram um Pai Nosso e partiram por volta das 14h30 do Arroio do Couto, em Cerro Alegre Baixo.

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Após 20 quilômetros de cavalgada por estradas de chão, o grupo chegou ao Passo da Mangueira, na propriedade de Marla Kroth, onde os maridos esperavam com um churrasco. A anfitriã percorreu o caminho acompanhada da filha Aurora Kroth, de 3 anos, que já anda a cavalo sozinha. “Essa foi a primeira vez que a gente participou do evento. Eu fui convidada quando estava grávida e, como a Aurora era pequena, não fui nos outros anos. Como agora teve a oportunidade de ser lá em casa e ela já está maior, com 3 aninhos, veio comigo e conseguimos participar juntas”, contou.

Na 4ª edição, uma reunião definiu a data do encontro em março para homenagear todas as mulheres. De acordo com a advogada Samara Dorfey, uma das organizadoras, o grupo aumentou, já que algumas das integrantes trouxeram as filhas para participar. “Tudo começou em um domingo à tarde em que estávamos andando a cavalo, e pensamos em fazer uma cavalgada, mas uma cavalgada só de mulheres”, relembra. A participação não foi aberta ao público em função da pandemia.

Momento único

Uma das amazonas mais experientes, a advogada e empresária Marizélia Peglow da Rosa, montou a égua Hera. A família possui uma cabanha de cavalos crioulos e ela costuma participar de provas de laço em rodeios, acompanhando o filho, e integrou todas as edições da Cavalgada das Anitas. “Somos companheiras desde a primeira edição e foram experiências maravilhosas. Este é um grupo muito bom, com mulheres dinâmicas e alegres, que se juntam para sair e fazer cavalgadas”.

Já para a coordenadora de comércio exterior Manoela Lemos, que montava o cavalo Arturo, foi a segunda vez participando da cavalgada e a experiência anterior já a deixou mais confiante. Ela tem uma égua e foi acompanhando o namorado Ricardo em rodeios que entrou “de cabeça” neste mundo. “Participei na última edição e foi muito difícil no começo, principalmente por ser a primeira vez. Mas foi uma experiência única, ainda mais com essa mulherada toda”, destacou.

Quem foi Anita

A homenageada pela cavalgada é a revolucionária brasileira Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi. A “heroína de dois mundos” nasceu em Santa Catarina em 1821 e participou da Revolução Farroupilha, da Guerra Civil Uruguaia e da Primeira Guerra de Independência da Itália, junto com o marido e revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi. O casal teve quatro filhos e Anita estava grávida do quinto, quando contraiu uma febre enquanto o casal tentava fugir da Itália e faleceu junto com o bebê, em Ravena, aos 27 anos. O legado de coragem é celebrado até hoje, rendendo homenagens e a inclusão no Livro dos Heróis da Pátria, em Brasília.

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