Tudo começou com um sonho. Nele, a musicista, compositora e cantora capixaba Gabriela Deptulski vislumbrou um ambiente escuro e vazio, que aos poucos foi sendo preenchido de cores e sons, numa melodia nunca escutada por ela. “Aquele foi o ‘om’ primordial, o som do todo, a melodia dos cosmos daquele espaço sideral”, explica Gabriela sobre a principal inspiração temática e musical atrás de Cosmos, primeiro disco de seu projeto psicodélico e experimental My Magical Glowing Lens. O álbum foi divulgado na sexta-feira passada – ouça aqui e o show de lançamento está marcado para dia 15 de junho (quinta-feira), na Sala Adoniran Barbosa, no CCSP. A entrada é gratuita.
Em Cosmos, Gabriela experimenta a música a partir de sons analógicos e eletrônicos, que a cada apresentação podem se transmutar, personificando em seus próprios arranjos a ideia do todo que se move constantemente. Sintetizadores, amplificadores, guitarras, baixo e bateria contrastam entre si, formando um indie-pop de inspirações oníricas, utilizando elementos que hora seguem para um rock progressivo, hora se encaminham para um pop lisérgico.
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“Eu tinha as demos de onze composições, algumas com arranjos já prontos, outras, só voz e violão. Levei tudo para a banda que, recebendo a ideia dos cosmos e do ‘om primordial’, compôs arranjos e novas partes para as músicas. Esse processo todo, além das gravações, rolou na Casa Verde, sede da gravadora Subtrópico, em Vitória”, conta Gabriela em relação ao desenvolvimento criativo do álbum. A produção do disco foi feita pela banda, com ajuda de amigos da cena capixaba, como Alexandre Barcelos, que emprestou um compressor analógico e André Prando, que cedeu um amplificador.
Entre as 11 faixas do álbum, a artista destaca duas que estampam bem a sonoridade do trabalho: “‘Raio de Sol’, que nasceu de uma trilha que fiz com amigos para uma cachoeira, em 2014. A música, nessa época, era um beat de bateria eletrônico com vários sintetizadores e vozes, mas a versão final veio durante as pré-gravações do álbum. É uma canção sobre o que sentimos quando estamos em contato com a natureza”, continua Gabriela. “Já ‘Sideral’ foi nosso primeiro single e uma das primeiras composições feitas para Cosmos. Ela traz pensamentos e sentimentos sobre a ligação entre mente e espaço sideral e sobre transformação e libertação do eu/ego mediante a ideia de infinito”.
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Ainda em 2013, Gabriela fez de seu quarto, em Vitória (ES), o primeiro palco para suas ideias, quando começou a gravar sozinha. Inspirada por grupos e artistas como Mutantes, Catavento, Flaming Lips, Trem Fantasma, Céu, Boogarins, Tame Impala, Bike, Neutral Milk Hotel, Carne Doce, King Lizard and the Gizzard Wizard, Beyoncé e Rihanna, a capixaba passou a tocar em outros lugares – Festival Bananada (GO), Festival PicniK (DF), Festival DoSol (RN), entre outros – e, atualmente, se apresenta ao lado dos músicos Gil Mello (baixo), Henrique Paoli (bateria) e Pedro Moscardi (sintetizador).
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