Um período de mudança para o Museu Barão de Santo Ângelo, de Rio Pardo, começou nessa semana. Servidores da Secretaria de Cultura e Turismo participaram de uma capacitação ministrada pela restauradora Alice Prati, do Instituto Alice Prati, para que atuem de maneira adequada no translado do acervo. As peças históricas serão levadas ao Centro Regional de Cultura, onde ficarão expostas até que o Solar Almirante Alexandrino de Alencar possa ser reaberto. “É um período crítico para o museu, de mudança”, observou Alice.

Para evitar perdas ainda maiores ao acervo, a restauradora deu esclarecimentos sobre os cuidados, tratamentos e transporte das peças. Nesse sentido, Alice explicou quais são os principais fatores de degradação e as maneiras de controlar danos mínimos. Além disso, ensinou técnicas de preparação e embalo do acervo. Os participantes precisaram aprender a reconhecer os tipos de materiais utilizados nas obras.

Conforme Alice, pode haver danos por ação ou omissão. A ação se refere a restauros feitos de maneira equivocada, roubos e degradação – interna ou externa; já a omissão diz respeito ao poder público, que, muitas vezes, não se preocupa com a conservação do patrimônio. Segundo o secretário de Turismo e Cultura, Alexandre Bitencourt, que foi um dos participantes do treinamento, o museu é uma das prioridades da pasta. De acordo com ele, o transporte do acervo deve começar já na próxima semana.

As aulas foram ministradas no Centro Regional de Cultura. Ao longo de 16 horas de curso, Alice Prati ainda especificou as diferenças entre preservação, conservação, restauro e recuperação; e museu, memorial e exposição. Também repassou informações sobre as leis que protegem acervos históricos. Outros tópicos abordaram a busca de recursos, incentivos e criação de projetos para o patrimônio – principalmente de acessibilidade ao museu. Além de Alice, a restauradora Elisane Quintana também colaborou com os ensinamentos. 

Solar Almirante Alexandrino

Assim que as peças do Museu Barão de Santo Ângelo forem levadas ao Centro Regional de Cultura, o Solar Almirante Alexandrino de Alencar deve passar por novas reformas. Reinaugurado no ano passado, ele já voltou a apresentar problemas na estrutura, tanto que não é possível deixar o acervo no local. Entre outras coisas, há infiltrações no prédio. Em um primeiro momento, as intervenções vão focar nas obras do telhado e na drenagem do terreno. O projeto de restauro ainda está na fase de captação de recursos.