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HISTÓRIA

Museu colonial vai ser reaberto em Sinimbu

Casarão da segunda metade do século 19, em estilo enxaimel, recebeu nova pintura e sediará o acervo do museu a ser ali instalado

Um tradicional espaço voltado à preservação da memória da colonização alemã e das antigas casas de comércio em toda a região programa a sua reabertura ao público. Um casarão datado das décadas de 1860 e 1870, situado em Alto Sinimbu, a cerca de cinco quilômetros da sede de Sinimbu, e pertencente à família Engelmann, deve ser reinaugurado, a princípio ainda até o final do ano. E com um acervo valioso de utensílios de trabalho e domésticos, capazes de levar os visitantes de volta ao passado. A iniciativa é do ex-professor da Unisc Emigdio Engelmann, e sua decisão foi a de homenagear seu avô, renomeando o local de Museu Colonial Henrique Engelmann Sobrinho.

“Afinal, ele foi nada mais nada menos do que o patriarca de todos nós, os que somos seus descendentes”, frisa Emigdio. Ele próprio, aos 67 anos, recorda das temporadas em que, tendo crescido em família junto ao Hotel Santa Cruz, na esquina das ruas Ramiro Barcelos e Tenente Coronel Brito, na área central de Santa Cruz do Sul, ia visitar, muitas vezes sozinho, de ônibus, o avô em Alto Sinimbu.


Seu Henrique nascera em 31 de dezembro de 1892, e faleceu em 11 de maio de 1968, aos 75 anos. Fora casado com Hulda Boettcher, em primeiras núpcias, e com Elsa Schneider, em segundas núpcias. Hoje, dos cinco filhos do casal, apenas Hiltor, radicado em Rio Pardo, e com quase 90 anos, é vivo. Os pais de Emigdio, Edgar e Emma Campos Engelmann, bem como seus tios Alvino, Wilma, Edgar e Loni, também já morreram.

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Com isso, Emigdio tomou a si a tarefa de, usando o casarão que pertenceu ao seu avô, bem-conservado, refazer ali um acervo que possa conectar a população com parcela do passado. Em tempos de pandemia, providenciou a repintura do prédio, em estilo enxaimel, e a própria reposição e reunião dos objetos está sendo feita.

Ele lamenta que em momento anterior acabou se desfazendo de parte de um acervo significativo que já possuía no lugar, em formato de museu. Ao final do século passado, a família investira em recanto de lazer e pousada no local, e nos anos seguintes cedeu a exploração desse espaço a terceiros.

Em 2014, Emigdio chegou a fazer contato com museus e outros espaços de memória da região para oferecer a eles parte dos objetos antigos que possuía. Em outro momento, o acervo já existente sofreu um desfalque muito grande quando houve um roubo de peças antigas, e isso frustrou Emigdio, motivando-o ainda mais a fechar o espaço.

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Alguns poucos itens, cerca de 5% ou 10% do que detinha, como refere, foram devolvidos a proprietários que os haviam emprestado ou cedido para o memorial naquele espaço. “E entre 50 e 100 itens, creio, acabei doando para o Museu de Vera Cruz, e evidentemente que ficarão com eles, como deve ser”, frisa.

Muitos objetos domésticos de diferentes seções já foram reunidos por Emigdio no local

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Comunidade pode contribuir

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Mais recentemente, um novo inquilino, Canísio Haas, assumiu a exploração da área de lazer e da pousada na propriedade da família Engelmann, inclusive com disponibilização de apartamentos bem-aparelhados. Com isso, Emigdio decidiu-se também pela repintura do casarão e a recomposição de um acervo no seu Museu Colonial. Sua determinação é a de reunir objetos bastante significativos da rotina diária e da pujança econômica, social e cultural na região. “Por ora, não tenho claro de quantos objetos já dispomos. Mas são muitos”, diz.

Sua meta é mobiliar o local só com peças utilizadas na área rural. Inclusive, uma carroça dos anos 1950 será instalada e servirá para quem quiser tirar fotos. Uma vez que está aposentado, como agora dispõe de mais tempo para recepcionar visitantes, acredita que o Museu poderá receber excursões de estudantes e turistas. A intenção é cobrar, quando muito, valor simbólico, algo como R$ 2,00, para auxiliar na manutenção do lugar. Emigdio pretende também implantar um novo site e outros espaços com informações gerais.

E para expandir o acervo e torná-lo abrangente e panorâmico, diz que está receptivo a que moradores ou pessoas façam doações ou cedam, por empréstimo, ou de forma documentada, algum objeto de época. “Mas tem de ser algo realmente antigo. Interessa receber utensílios domésticos ou de trabalho, brinquedos, bonecas, carrinhos de madeira, que possamos inserir em seções temáticas”, refere. Interessados em colaborar podem fazer contato pelo seu celular, (51) 99945 4326. É uma forma de contribuir para ativar a memória do passado da região.

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Proposta é apresentar os ambientes doméstico e de trabalho

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