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Municípios da região enfrentam dificuldades para contratar e manter médicos

Um problema já antigo continua tirando o sono de prefeitos e secretários de Saúde de alguns municípios do Vale do Rio Pardo e Centro-Serra: a dificuldade para contratar e manter médicos que atendem a população na rede de atenção básica. A situação é mais comum naqueles de menor porte e mais distantes dos grandes centros e provoca uma série de transtornos que, infelizmente, já se tornaram rotina. Apesar dos esforços, as prefeituras não conseguem preencher as vagas por uma série de fatores.

Em Sinimbu, embora todas as unidades de saúde contem com médicos, há espaço para mais profissionais em razão de afastamentos por férias e atestados e a crescente demanda por consultas via Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a secretária de Saúde, Ivoni Henn, diversos editais são abertos, mas há baixa adesão por parte dos médicos. Alguns dos motivos, segundo ela, são a distância dos postos localizados no interior e a faixa salarial, considerada baixa pelos profissionais em razão do deslocamento necessário.

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“Já montamos um projeto e encaminhamos à Câmara de Vereadores para ampliar o padrão salarial, buscando maior atratividade”, diz Ivoni. Nos postos, além dos clínicos-gerais, há as especialidades de ginecologia, pediatria e cardiologia. As demais, no entanto, são de responsabilidade e gestão estadual, o que torna o processo mais burocrático e demorado. Recentemente, a Gazeta do Sul recebeu o relato de um morador que aguarda há meses por uma consulta com urologista.

Em Herveiras, a situação é ainda mais crítica. De acordo com a vice-prefeita e também secretária de Saúde, Rosuíta Carla da Silveira, havia no quadro municipal três médicos com carga horária de 20 horas semanais – dois concursados e um contratado. Todos atendiam no único posto de saúde existente no município. Após uma denúncia anônima referente ao cumprimento dos horários previstos, o Ministério Público notificou a Prefeitura e o ponto eletrônico passou a ser cobrado. “A partir desse momento, os três médicos pediram exoneração”, conta. Além disso, a médica ginecologista também parou de atender em Herveiras neste mês.

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Atualmente, apenas um médico clínico-geral atua no município com contrato de 40 horas semanais. “Foram abertos quatro processos seletivos até agora, e nenhum profissional se interessou pelas vagas”, diz a vice-prefeita. Ela pede a compreensão da população e diz que todos os esforços estão sendo feitos para resolver a situação. Quando o médico não está no posto, os pacientes passam por uma triagem e os que necessitam de atendimento imediato são encaminhados ao hospital de referência.

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Salários elevados

Uma das estratégias utilizadas pelos gestores para tentar atrair e manter os médicos nos pequenos municípios é a remuneração. Em alguns casos, o salário pago a esses profissionais é maior até mesmo que o do prefeito, e nem assim o sucesso é garantido. Em Sinimbu, o valor é de R$ 8,1 mil para contrato de 20 horas e R$ 13,9 mil para 40 horas semanais, ambos com adicional de R$ 500,00 de vale-refeição. A título de comparação, a prefeita Sandra Backes recebe R$ 14,7 mil brutos, conforme os dados do Portal da Transparência da Prefeitura.

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Em Vale Verde, segundo o prefeito Carlos Gustavo Schuch, há quatro médicos atuando na Unidade Básica de Saúde e não existem vagas em aberto. Uma dessas profissionais é bolsista do programa Mais Médicos e recebe um auxílio de R$ 4 mil. Outra é contratada e recebe R$ 18,3 mil mais R$ 4 mil de auxílios. Já a profissional terceirizada custa R$ 30,4 mil mensais por 40 horas semanais e outra, com contrato de 20 horas, recebe R$ 15 mil. A maior dificuldade enfrentada é para a contratação de um fonoaudiólogo. Para comparar, Schuch recebe R$ 12,8 mil brutos.

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Vale do Sol vive situação semelhante. Com o quadro totalmente preenchido, o Município consegue atender às demandas gerais da população e ainda conta com uma pediatra. Os três que possuem contrato de 40 horas semanais recebem R$ 18 mil e mais R$ 1,6 mil de gratificação de função, totalizando R$ 19,7 mil. Já a pediatra recebe R$ 7,6 mil por 20 horas semanais. O prefeito Maiquel Silva, por exemplo, recebe R$ 12,7 mil brutos.

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