Ela é a Rainha do Mar, conhecida como a “mãe” das águas, aquela que samba na areia e acalma a todos os corações que carecem de esperança. Iemanjá, que para os católicos é Nossa Senhora dos Navegantes, foi celebrada na noite dessa quinta-feira, 1º, por uma multidão em Rio Pardo.
As ladeiras antigas da cidade histórica ecoaram o toque do atabaque e os hinos de louvor à orixá protetora das águas. “Fazemos esta homenagem mais para agradecer, para dizer o quanto amamos Iemanjá e o quanto ela é importante nas nossas vidas”, justifica a ialorixá Nara de Iemanjá. É do templo Reino Africano de Iemanjá, em Ramiz Galvão, que Nara e seus filhos de santo partem rumo às caudalosas águas do Rio Jacuí.
No meio do caminho, rosas amarelas para pagar promessa. Andressa Griebeler da Silva veio de Alvorada, acompanhada do filho Gustavo Taffarel Griebeler Pereira, para agradecer. “As rosas amarelas são para ela. Iemanjá me ajudou a sair das dívidas no ano passado. Estamos aqui para agradecer.
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Famílias Campos e Griebeler pagaram promessa durante a passagem da imagem.
Foto: Rodrigo Assmann.
Acompanhados dos parentes rio-pardenses, Andréia Campos e Luís Alberto Campos, esperavam ansiosos, na Avenida Andrade Neves, a hora de o cortejo passar. “Nós vamos caminhando até a praia”, conta Luís Alberto, que jura não ter perdido nenhuma edição da festa que completou 30 anos.
Ao som de sinetas e da sirene do Corpo de Bombeiros, o atabaque anuncia que a Rainha do Mar chegou. Uma multidão acompanha a imagem até a Praia dos Ingazeiros, onde seguem as honras à protetora dos filhos da água.
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Feriado
Nesta sexta-feira, 2, Rio Pardo e Porto Alegre fazem feriado em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes. Na Capital gaúcha, por exemplo, é o dia de comemorar a padroeira. Assim como em Rio Pardo, a sexta-feira é de festa e celebração em Porto Alegre. Católicos e seguidores das religiões africanas promovem eventos de fé.
Em todo o Rio Grande do Sul, 34 cidades têm o dia 2 de fevereiro como feriado municipal. A crença em Nossa Senhora dos Navegantes foi introduzida na cultura brasileira depois da chegada dos colonizadores europeus.
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Jeferson Puntel e Luís Felício: oferenda nas margens do Jacuí.
Foto: Rodrigo Assmann.
Devoção na beira do rio
Os santa-cruzenses Luís Henrique Felício e Jeferson Puntel foram, pela primeira vez, celebrar Iemanjá. Em meio à areia grossa do Jacuí, Puntel acendia as velas enquanto Felício ajeitava a bandeja de doces e presentes para a divindade. “A gente vem para agradecer, não para pedir. Agradecer por tudo que temos. Renova a esperança em dias melhores e na proteção dela”, compartilha Felício.
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Junto deles, centenas de devotos de Iemanjá trouxeram seus axés e lançaram perfumes no ar e flores no rio. A celebração teve ainda jogo de capoeira e dança afro, sob a luz do resquício da lua cheia. A cantoria avançou sobre as primeiras horas desta sexta-feira, 2 de fevereiro, dia de Iemanjá.
Navegantes
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Nesta sexta entra em cena a santa católica. A celebração do dia de Nossa Senhora dos Navegantes começa cedo, a partir das 8 horas, com a missa que será celebrada na Paróquia Nossa Senhora do Rosário.
Na sequência, os fiéis sairão em procissão pelas ruas da cidade até a Praia dos Ingazeiros. Na chegada ocorrerão a bênção de São Brás e os tradicionais batizados, que são realizados dentro do Rio Jacuí.
Pelo rio, a imagem de Navegantes seguirá em procissão fluvial. A festa só termina depois do almoço, seguido de reunião-dançante no salão paroquial da comunidade. Ainda há cartões à venda, a R$ 20,00 por pessoa.
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