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Multa da licitação do transporte ainda ronda a Prefeitura

Ainda que a novela do transporte coletivo urbano tenha sido superada no ano passado após quase uma década de idas e vindas, um fantasma ainda ronda a Prefeitura de Santa Cruz do Sul: a multa milionária que o Ministério Público cobra do Município por conta da demora na licitação do serviço.

A penalidade veio à tona em 2012, durante o governo Kelly Moraes (PTB), quando o Ministério Público, autor da ação que levou à condenação, ingressou com um pedido de execução da pena. À época, o débito foi calculado em R$ 6,1 milhões. Hoje, porém, a Prefeitura acredita que, em um cálculo otimista, que considera apenas a correção monetária, o valor chegue a mais de R$ 10 milhões. A título de comparação, o orçamento de 2017 da Procuradoria-Geral (no qual são incluídos os precatórios) é de R$ 6 milhões, o que dá uma ideia do baque que a cobrança representaria para as contas municipais.

O processo de execução ainda tramita no Fórum de Santa Cruz. Segundo o procurador-geral da Prefeitura, Rogério Pinheiro Machado, desde 2013 o Palacinho vem tentando demonstrar periodicamente ao Judiciário que tomou todas as providências possíveis para encaminhar a licitação, que foi concluída apenas em agosto do ano passado – a assinatura do contrato ocorreu em dezembro.

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Não há previsão de quando sairá o julgamento. Conforme Machado, porém, a expectativa é que o Município seja dispensado da multa – que, de acordo com ele, seria “muito lesiva ao erário público”. Ainda segundo o procurador, a licitação só não foi concluída antes por conta de intercorrências externas – o processo foi duas vezes interrompido pelo Tribunal de Contas. “Esperamos que as razões do Município sejam levadas em conta. Se a multa for cobrada, quem vai ter que pagar é a sociedade, não o gestor que deixou de fazer a licitação”, disse.

A CRONOLOGIA

– Em setembro de 2007, ainda durante o governo de José Alberto Wenzel (PSDB), a Prefeitura de Santa Cruz foi condenada a licitar os serviços de transporte coletivo. Pela decisão, que foi tomada a partir de uma ação movida pelo Ministério Público em maio do ano anterior, o procedimento deveria ser concluído em um prazo de 150 dias.

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– Em maio de 2011, já no governo Kelly Moraes (PTB), a sentença transitou em julgado – ou seja, esgotaram-se as possibilidades de recursos. Com isso, em outubro daquele ano (150 dias depois) começou a ser contabilizada a multa de R$ 10 mil por dia de descumprimento, prevista na sentença. À época, o governo sequer havia concluído o Plano Municipal de Transportes, que serviria de base para o edital.

– Em abril de 2012, mesmo com a Prefeitura alegando que estava se preparando para fazer a licitação, o MP ajuizou um pedido de execução da pena. Já em agosto, a Prefeitura conseguiu, junto ao Tribunal de Justiça, suspender a cumulação da multa. Mas o processo de execução prosseguiu.

– A licitação só foi concluída em agosto de 2016, no governo Telmo Kirst (PP). O processo de execução, no entanto, ainda tramita na 1ª Vara Cível. A Prefeitura tenta impedir a cobrança.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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