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Mulheres rurais possuem muito mais tarefas que homens; leia números de pesquisa

Atuantes em diversas frentes: pesquisa confirma realidade vivida pelas mulheres rurais no Rio Grande do Sul | Foto: Fernando Dias/SEAPDR

Uma figura com múltiplas funções e que acumula responsabilidades que envolvem as atividades no campo, casa e cuidados com os filhos e idosos. Assim pode ser definido o perfil da mulher rural no Rio Grande do Sul. Em proporções muito superiores às tarefas masculinas, as demandas das mulheres rurais e sua participação no cotidiano familiar foram retratadas em um dos mais completos trabalhos desenvolvidos no Estado. Trata-se do relatório técnico “Perfil das Mulheres Rurais do RS”, do Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), em parceria com a Emater/Ascar e a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR).

O trabalho foi realizado pela Emater, que presta serviço de assistência técnica e extensão rural para o Estado. Ao todo, foram entrevistadas 5.103 mulheres de 461 municípios gaúchos entre 16 de novembro de 2021 e 24 de janeiro de 2022. O questionário contava com cerca de 250 questões sobre a vida da mulher e da pessoa com quem divide as atividades do cotidiano.

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O resultado do trabalho, assinado pelas pesquisadoras Daiane Menezes, do DEE/SPGG, e extensionista rural Clarice Emmel Bock, da Emater/Ascar, inclui ainda aspectos relacionados à violência, participação em espaços sociais e dificuldades enfrentadas com a Covid-19 e representação política.

A amostra selecionada na Pesquisa de Campo da Emater buscou seguir as indicações dos dados oficiais divulgados em relatório técnico do DEE/SPGG de novembro de 2021. Apontou mulheres moradoras de propriedades da agricultura familiar (86% do total), com um perfil etário de 50 anos ou mais (53%), Ensino Fundamental incompleto como escolaridade predominante (45%), majoritariamente brancas (88%) e casadas (73%). Em relação a trabalho e aposentadoria, 37% já estão aposentadas, 36% possuem carteira de habilitação e 43% contam com renda familiar que varia entre dois e cinco salários mínimos.

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Diferenças a serem superadas

As diferenças entre o papel feminino e masculino nos diversos ambientes sociais se tornam ainda mais evidentes quando se analisam dados relacionados às tarefas desempenhadas pelas mulheres rurais. É isso que indicou o levantamento da Emater.

No dia a dia, por exemplo, elas são as responsáveis mais frequentes por fazer o café da manhã (82%), almoço (90%) e jantar (85%). O cuidado com a louça é feito regularmente pelas mulheres (87%), assim como a limpeza da casa – 89%, contra apenas 4% dos homens que disseram realizar a tarefa com regularidade, 8% dos filhos homens e 22% das filhas mulheres. Os percentuais são similares no cuidado com as roupas, em que há regularidade de 93% para mulheres ante 4% dos homens.

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Da mesma forma, o cuidado com as crianças é atribuição de 56% das entrevistadas. Além disso, as mães se envolvem em 62% das atividades escolares ante 17% dos homens. Elas ainda figuram como responsáveis por 64% dos cuidados de animais domésticos e 57% da atenção aos idosos da residência.

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Tarefas assumidas

A conservação e consertos na casa são tarefas assumidas com maior regularidade por homens, 72%; contra 17% das mulheres que disseram realizar o trabalho com frequência, 16% dos filhos homens e 2% das filhas mulheres. Atividades externas, como saídas para pagamentos de contas, são feitas de forma paritária, aponta o relatório, com 56% de respostas regulares para homens e mulheres sobre a ação. Quando a atividade externa é a de compras no supermercado (79%) e compra de roupas (84%), no entanto, as mulheres continuam sendo as mais frequentes.

A palavra é delas

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A participação em atividades promovidas pela Emater é maior entre as mulheres do que entre os homens (91% a 68%), assim como em ações religiosas (91% a 77%) e em promoções da comunidade em geral (86% a 75%). Nesta última, o destaque fica por conta da baixa participação dos filhos nas atividades comunitárias (27%). Em espaços como sindicatos e cooperativas, mulheres e homens participam de forma paritária (50% a 49%), com similaridade nas associações (39% a 35%) e em baixa representatividade junto a movimentos sociais (8% a 7%).

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Perfil

Internet
A maior parte das entrevistadas disse já ter utilizado a internet ao menos uma vez (88%). Das que usam a tecnologia, 97% utilizam para trocar mensagens instantâneas, 93% para conversar por chamada de vídeo e de voz, 89% para redes sociais e 79% para buscar informações e serviços de saúde. Em relação às compras, 16% das entrevistadas disseram que passaram a fazer também pela rede e 32% afirmaram ter intensificado o comportamento. Quanto às vendas, 16% começaram a utilizar o meio e 26% intensificaram o processo.

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Violência
Dados da pesquisa mostram que as entrevistadas consideram ações como tapas e empurrões atos de violência (98%), enquanto 91% indicam ser ato violento qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Sobre frases comuns de serem ouvidas relacionadas à violência contra a mulher, 30% das entrevistadas concordam que “Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, enquanto 2% concordam com a frase “Mulher que apanha é porque merece”.

Mais espaço
Entre as demandas das participantes, 50% responderam que almejam mudanças nos espaços de trabalho, nos estudos, na família, na comunidade ou na política. A esfera política é a principal esfera em que as ouvidas na pesquisa almejam maior participação, resposta ouvida em 43% dos casos.

Saúde
Mais da metade das entrevistadas disseram ter algum problema de saúde, sendo a hipertensão o mais comum deles (30% das que afirmaram ter algo). Problema de coluna (20%), problema de visão (15%) e depressão (13%) estão na sequência da lista.

Fonte: Perfil das Mulheres Rurais do RS

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