Mulheres da região vão viajar a Brasília, no Distrito Federal, na próxima terça-feira, 15, a fim de defender os direitos das trabalhadoras rurais e urbanas. São mais de 40 produtoras do Vale do Rio Pardo e do Baixo Jacuí que estarão na 7ª Marcha das Margaridas. Da área de abrangência do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras, serão 12 representantes.

Salete dos Passos Faber, coordenadora de Mulheres da Regional Sindical Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí, filiada à Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), diz que as agricultoras participarão da Marcha para reivindicar políticas públicas para as mulheres do meio rural e urbano. “É um evento que está em sua sétima edição, e a expectativa é de termos 120 mil mulheres em Brasília”, observa.

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Serão discutidas questões como assistência social, saúde, educação do campo, habitação, custeio, investimento, meio ambiente e violência contra as mulheres. “É um movimento que foi organizado para atender aos anseios das trabalhadoras rurais. E não somente delas, mas também pensando em todo o contexto familiar”, enfatiza Salete.

As produtoras da região que vão a Brasília são sindicalizadas e passaram por uma capacitação para participar dos debates propostos nos dois dias de evento. “Elas estão preparadas, são sabedoras do que estão indo falar e com uma responsabilidade muito grande de representar as mulheres rurais e urbanas da nossa região.” A Marcha das Margaridas acontece a cada quatro anos e essa é a primeira vez que elas irão de avião, utilizando recursos adquiridos com a venda de rifas.

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Salete frisa que as representantes foram escolhidas pelos sindicatos. “São líderes de suas comunidades e muitas delas, inclusive, diretoras de sindicatos. Temos o compromisso de voltar de lá e disseminar essas temáticas para os vários grupos de mulheres no interior dos 16 municípios de abrangência da nossa regional sindical.”

Conforme a coordenadora, também é a primeira vez que mulheres negras da região irão participar da Marcha das Margaridas. “No movimento sindical, a gente fala da miscigenação da cultura dos povos e não tem como deixar as questões afro de fora.”

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Uma das vozes femininas é de Vale do Sol

Luciane Klein, de 41 anos, é produtora rural em Linha Sete Barulhos, interior de Vale do Sol. Pela primeira vez, ela estará na Marcha das Margaridas. É também a primeira oportunidade em que viajará de avião. Conta que recebeu um convite para participar e, mesmo tendo que ficar ausente do serviço durante dois dias, optou por viver a experiência. “Estou muito feliz por ser escolhida entre tantas mulheres rurais.”

São variadas as melhorias pelas quais as produtoras vão lutar na capital federal. “Queremos conquistar mais saúde, mais apoio às mulheres rurais, internet, e melhorias em tudo que é relacionado à agricultura”, explica Luciane. Ela ressalta que um dos maiores problemas atuais é a evasão dos jovens do campo. “O que mais se vê no interior são casas onde só moram idosos, porque o jovem não é valorizado na agricultura e vai procurar serviço fora, onde ele é pago no fim do mês.”

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A propriedade da família de Luciane tem de tudo um pouco. A criação de animais e a produção de frutas e verduras são para consumo próprio, e a renda vem do cultivo de tabaco. Luciane conta que não se imagina em outra atividade. “Eu sempre disse e ainda digo: eu não me vejo fora daqui! Meu lugar é na agricultura. Às vezes é fácil, às vezes é difícil, mas eu amo a roça.”

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