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Mulheres, pessoas mais velhas e com ensino superior: qual o perfil dos eleitores de Santa Cruz

Mulheres, pessoas mais maduras e com maior nível de escolaridade terão mais peso no pleito deste ano em Santa Cruz do Sul. Estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que esses são os perfis que ganharam corpo no eleitorado local desde as últimas eleições municipais.

Ao todo, Santa Cruz tem 103,3 mil eleitores aptos a votar em 15 de novembro, o que representa um crescimento de 3,4% em relação a 2016. Destes, pouco mais de 55 mil são mulheres. O público feminino ampliou ligeiramente a sua representatividade – de 53% para 53,2%.

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Os dados também indicam um encolhimento do eleitorado mais jovem. Os eleitores com entre 18 e 20 anos, por exemplo, correspondiam a 4,8% dos votantes em 2016 e, neste ano, vão representar somente 3,6%. Em contrapartida, os eleitores com mais de 60 anos terão mais protagonismo: de 21,2% no último pleito, eles agora são 24,2% do total. Embora tenha recuado ligeiramente, a faixa de 45 a 59 anos ainda é predominante: representa mais de um quarto do total de eleitores.

Em relação ao grau de escolaridade, os números revelam um eleitorado um pouco mais instruído. Embora os eleitores com Ensino Fundamental incompleto ainda sejam maioria, eles agora representam 27,6%, ante 34,9% em 2016. Os contingentes de analfabetos e com Ensino Médio incompleto também caíram, enquanto os votantes com graus mais elevados de formação cresceram. O percentual de eleitores com Ensino Superior completo mais do que dobrou: era 6,8% no último pleito e agora será 14,9%.

Para a cientista política e diretora do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), Elis Radmann, as mudanças no perfil médio dos eleitores representam um desafio para os candidatos. Segundo ela, o “envelhecimento” desse público alimenta fenômenos como o da negação e da falta de interesse pela política.

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“O perfil do eleitor reflete o perfil da população. Estamos ficando mais velhos e mais céticos. Conforme aumenta a idade, aumenta a indignação”, observa. De acordo com a pesquisadora, o desgaste provocado pela corrupção, desinformação e disputas pessoais entre políticos locais tende a tornar as pessoas mais críticas, dando atenção somente aos candidatos com boa reputação.

Embora gênero, idade e escolaridade influenciem o voto, outros fatores podem ser ainda mais decisivos, de acordo com o perfil da localidade. No caso de Santa Cruz, segundo Elis, a variável renda tem um papel definidor. “Quanto menor a renda, maior a demanda por pautas como saúde, segurança, emprego e maior a dependência dos serviços públicos. Quanto maior a renda, maior a importância de temas como infraestrutura, mobilidade urbana e segurança”, analisa.

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Em municípios onde há campanha na televisão, como também é o caso de Santa Cruz, a forma como o candidato se apresenta no horário eleitoral gratuito também é determinante para o resultado nas urnas.

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Pesquisas indicam que abstenção pode chegar a 20%

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Com o aumento da representatividade de eleitores com mais de 60 anos, cresce também a preocupação com uma disparada das abstenções no pleito deste ano. O motivo é o receio em relação à segurança por causa da pandemia de Covid-19.

De acordo com Elis Radmann, ainda que via de regra pessoas de terceira idade gostem de participar de eleições, a tendência é que a abstenção seja maior se a Justiça Eleitoral não garantir protocolos de segurança muito claros.

Pesquisas comportamentais realizadas pelo IPO indicam que, em cidades do porte de Santa Cruz, em torno de 20% dos eleitores tendem a não comparecer às urnas, por serem idosos ou se enquadrarem em algum grupo de risco. Em 2016, a abstenção chegou a 13,95% no município.

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Em nível de Estado, o índice de pessoas inclinadas a não votar chega a cerca de 30%. “Quanto maior a cidade, maior o medo”, explicou a pesquisadora. Entre as principais preocupações dos eleitores estão: disponibilidade de equipamentos de proteção individual, horário especial, controles de entrada com medição de temperatura e marcação do distanciamento nos pisos em locais de votação onde não costuma haver ordem clara para as filas.

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