Histórica e tradicionalmente, os grandes “inimigos” femininos eram o Estado e a Igreja (ainda são?). Para tal enfrentamento, a mulher inovou na contestação política e social e introduziu temáticas novas e transformadoras.
Sobretudo relativamente aos temas planejamento familiar, filhos, aborto, pílula e sexo. “Nosso corpo nos pertence”, enfatizam!
Uma das maiores conquistas do movimento feminista foi a ruptura da influência patriarcal na discussão, organização e construção dos destinos da sociedade.
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A mulher passou de coadjuvante a atriz principal, de igual para igual com o homem. A filósofa Hannah Arendt (1906-1975) dizia que “era o exercício do direito a ter direitos, uma vez que a conquista dos direitos exigiria um sujeito que tivesse ação na esfera política”.
De modo que família, sexualidade, trabalho e divisão doméstica do trabalho, saúde das crianças, creches e escolarização, entre outros temas importantes, lideram a pauta política.
A pauta feminina fez emergir novas demandas até então discriminadas e distantes do discurso público-político, a exemplo dos direitos de participação dos grupos de gays, lésbicas, negros, idosos e portadores de necessidades especiais.
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Mas, apesar de todas essas conquistas e avanços, ainda há graves desigualdades e abusos comportamentais. A participação feminina nas esferas de poder social e econômico, e na política em particular, ainda é pequena.
A dimensão da participação está diretamente relacionada aos níveis de educação e desenvolvimento de uma nação. Indicadores confirmam que quanto melhor o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país, mais equilibrada é a participação das mulheres.
Há outros aspectos que colaboram no impedimento e na diminuta participação das mulheres na política e demais estruturas de poder.
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Por exemplo, é relevante a questão econômica e financeira. Apenas 4% da riqueza do mundo está em mãos femininas. Por óbvio, sabemos que riqueza e poder têm tudo em comum!