Mulher questiona bom-senso para perícia no INSS em Santa Cruz

Com fratura em uma das vértebras que uma cirurgia não deu conta de resolver, além de câncer no estômago e intestino, Eni Rodrigues não consegue se locomover. Aos 80 anos, ela também já sofreu dois acidentes vasculares cerebrais (AVCs). A idosa mora com a sobrinha Doraci Rodrigues, de 61 anos, em Cerro Alegre Baixo, no interior de Santa Cruz do Sul.

Nessa sexta-feira, Eni foi levada por uma ambulância à agência da Previdência Social, na Rua Ramiro Barcelos, para fazer uma perícia, necessária para que benefícios sociais possam ser acessados. Doraci aguardou na fila e, quando foi chamada, informou que sua tia precisaria de atendimento na ambulância, a qual estava no estacionamento. Mas o perito alegou que Eni deveria comparecer ao consultório.

Então, o motorista estacionou a ambulância na porta da agência para que Eni fosse conduzida na maca até o local de atendimento. Para Doraci, a situação foi revoltante. “A minha tia não pode se locomover. Ela precisou ser levada em uma maca, na chuva, até o interior da agência. O perito não poderia ter ido até a ambulância. É uma situação muito triste, constrangedora”, desabafou. No Facebook, já existe uma página chamada “Denuncie Aqui os Peritos do INSS”, com vários depoimentos de pessoas que se sentiram lesadas.

O outro lado

A diretora do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Clarissa Bassin, afirmou que o médico agiu de forma correta. Segundo ela, a família deveria requisitar uma perícia hospitalar ou domiciliar. “Há inúmeras perícias diariamente nessa modalidade. Se havia condições de colocá-la em uma ambulância para deslocamento até a agência, também havia condições de a maca ser levada até o consultório. Se o perito atender fora do consultório na modalidade presencial, ele pode até sofrer um processo administrativo disciplinar”, explicou.