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Operação em Rio Pardo

Mulher presa se tornou líder de grupo criminoso após captura do irmão em 2018

Foto: Albus Produtora

Eram 6 horas de sexta-feira quando 15 viaturas da Polícia Civil partiram da Delegacia de Polícia Regional, em Santa Cruz do Sul, rumo a Rio Pardo. Foi o início da chamada Operação PSJ. No total, 48 agentes chegaram em comboio à Cidade Histórica às 6h30, e ocuparam as vias de um dos bairros mais conflagrados pelo tráfico de drogas no município. Cumpriram 12 mandados de busca e apreensão, 11 deles no Bairro Parque São Jorge, onde uma célula da facção Os Manos, comandada por uma mulher, domina o comércio de entorpecentes – o outro mandado foi no Bairro Boa Vista.

A ofensiva foi coordenada pelo delegado Anderson Faturi. Três pessoas foram presas e houve a apreensão de armas, munições, maconha, cocaína, quase R$ 10 mil em dinheiro e um sistema de câmeras de videomonitoramento. As capturas e os objetos confiscados dão materialidade a uma investigação que já vem sendo traçada há cerca de dois anos pela Delegacia de Polícia (DP) de Rio Pardo, a partir de uma série de informações apuradas pelos agentes. Confira a seguir os detalhes e os bastidores da ofensiva, que foi acompanhada com exclusividade pela reportagem policial da Gazeta do Sul.

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Líder de grupo criminoso ganhou status após a prisão do irmão

Presa na manhã de ontem em uma residência da Rua Canadá, no Bairro Parque São Jorge, uma mulher de 45 anos é apontada pela Polícia Civil como a líder do grupo criminoso pertencente à facção Os Manos, que domina o comércio de drogas nas imediações da região. Segundo o delegado Anderson Faturi, o papel dela na organização criminosa remete a uma operação deflagrada pela DP de Rio Pardo em 18 de outubro de 2018, quando 14 pessoas foram presas, incluindo o homem considerado líder do tráfico no município na época, conhecido pelo apelido de Primo.

Entre os detidos naquele dia estava o irmão dessa mulher, hoje com 45 anos, que tem um mercado e cumpre pena por tornozeleira eletrônica. “Naquela época essa mulher fazia parte do grupo, mas não tinha importância significativa. A gente sabia que ela perambulava naquele meio, mas não foi alvo da investigação. Quando prendemos e tiramos de circulação o líder Primo e o irmão dela, que era o número dois na hierarquia do grupo criminoso, ela cresceu e assumiu a logística no Parque São Jorge, fazendo a frente no recebimento, na distribuição e na venda de drogas”, comentou o delegado Faturi.

Duas mulheres foram presas na ofensiva. Enquanto uma seria a líder do grupo, outra era a guardiã das armas. | Foto: Albus Produtora

“Ela começou devagarinho, vendendo na porta de casa, e foi crescendo, criando uma rede de colaboradores.” Conforme a polícia, a partir da metade de 2021, ela já tinha um status grande. “Mapeamos os movimentos dessa organização, tanto que obtivemos informações a partir de ocorrências que citavam-na como a líder, além de usuários que relatavam terem comprado drogas dela”, complementou o titular da DP de Rio Pardo.

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A polícia apreendeu porções de maconha na casa da mulher, e ela foi presa em flagrante. No mesmo imóvel estava um homem de 27 anos. Conhecido pelo apelido de Coca-Cola, foi condenado por roubo, mas cumpria pena restritiva de liberdade, monitorado por tornozeleira eletrônica. Contudo, ele havia rompido o equipamento e encontrava-se foragido da Justiça. “Esse homem foi capturado onde vendia drogas aos usuários”, explicou o delegado Faturi.

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Armas escondidas em caixa de ferramentas

No mercado do irmão da mulher líder do grupo, que fica na Rua Colômbia, no mesmo bairro, a polícia apreendeu R$ 9.375,00 e um sistema de câmeras de videomonitoramento. “Ele foi nosso alvo em 2018 e condenado a dez anos. Está na tornozeleira. Usa o mercado como fachada desde aquela época e o dinheiro apreendido é oriundo do tráfico”, disse o delegado Anderson Faturi.

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O homem não chegou a ser detido porque não estava com algum item ilícito, mas permanece como investigado. Ainda na Rua Canadá, onde a líder do bando foi presa, porém mais à frente na via, a Polícia Civil capturou uma mulher de 39 anos.

Revólver calibre 32 prateado, pistola 9 milímetros e munições estavam escondidos. | Foto: Albus Produtora

Ela é apontada como a guardiã das armas do grupo criminoso. Uma pistola calibre 9 milímetros da marca Girsan, com a numeração raspada; um revólver prateado calibre 32, também com numeração raspada; e munições foram localizados no interior de uma caixa de ferramentas, que estava cadeada dentro de um quarto. No imóvel ainda foram encontradas seis buchas de cocaína e 200 petecas menores da mesma droga, além de munições de vários calibres.

“Na casa dessa mulher era realizada a venda de drogas, e era onde estavam sendo guardadas as armas e munições do grupo criminoso. Esse era um dos cinco ou seis locais que mapeamos como pontos onde guardavam drogas e armas, pois costumam tirar de um lugar e realocar em outro constantemente”, explicou Anderson Faturi. Os nomes das pessoas presas foram mantidos em sigilo. As duas mulheres foram levadas ao Presídio Estadual Feminino de Rio Pardo, e o homem acabou conduzido ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.

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Retirando criminosos de circulação

Marco na história policial de Rio Pardo, a megaoperação Tentáculos, deflagrada em 10 de dezembro de 2020, agiu contra um grupo criminoso responsável por uma série de delitos que elevou de forma considerável a taxa de homicídios na Cidade Histórica. Após a ofensiva, os atentados contra a vida de moradores diminuíram drasticamente. No entanto, neste ano o número voltou a aumentar. E esse detalhe não passou despercebido da Polícia Civil de Rio Pardo.

Conforme o delegado Anderson Faturi, a maioria dos homicídios recentes está ligado a disputas por pontos de tráfico e acerto de contas entre criminosos. “Essa ação de sexta é importante até para mostrar para a comunidade, principalmente aqueles que têm envolvimento no mundo do crime, que a Polícia Civil como um todo trabalha para tirar de circulação os indivíduos que estão deixando as pessoas de certa forma inseguras. Conseguimos capturar a líder do grupo criminoso, junto de uma colaboradora e de um foragido”, ressaltou Faturi.

Delegado Faturi coordenou a operação. | Fotos: Albus Produtora

“Sabíamos dessa célula pertencente à facção Os Manos aqui na nossa cidade, que estava dominando o tráfico de drogas na região do Parque São Jorge, inclusive em conflitos que estavam levando a homicídios”, complementou. Segundo o titular da Delegacia de Polícia de Rio Pardo, em virtude disso, foram mapeados e identificados em uma investigação os membros desse grupo criminoso ao longo dos últimos dois anos.

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“Nesta sexta-feira, cumprimos as ordens judiciais nas residências dos investigados. Logramos êxito em prender em flagrante três deles e apreender muitas provas que vão servir de base para o inquérito”, enfatizou o delegado. Além de Rio Pardo e de Santa Cruz do Sul, a ofensiva de sexta-feira contou com o apoio de policiais de Venâncio Aires e Cachoeira do Sul. Os delegados Alessander Zucuni Garcia, Ana Luisa Aita Pippi, Róbinson Palomínio e o regional Luciano Menezes também participaram da Operação PSJ.

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