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Mulher pariu bebê em vaso sanitário antes de jogá-lo na lixeira

Um dos crimes que mais geraram repercussão ao longo deste ano na região teve a investigação concluída e remetida ao Poder Judiciário. Trata-se do caso trágico de bebê recém-nascido encontrado morto no lixo, na Rua Érico Veríssimo, no Bairro Campos Verdes, em Encruzilhada do Sul, há um mês, em 23 de outubro. A mãe da criança, de 18 anos, foi indiciada por ocultação de cadáver e homicídio duplamente qualificado, com as qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – elencadas pelo recurso que impossibilitou a defesa do ofendido e pelo fato de a vítima ser menor de 14 anos.

Nesta quarta-feira, 22, em entrevista à Gazeta do Sul, o delegado Róbinson Palomínio revelou alguns dos bastidores da investigação. Entre esses, que em depoimento a mulher disse que teve o parto da criança no vaso sanitário. No dia no nascimento, a autora estava em casa, fazendo comida, quando começou a sentir fortes dores. Então, foi ao banheiro e parou junto à privada, onde o bebê caiu após nascer.

mãe bebê Encruzilhada
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“Ela disse que ficou olhando por cerca de dez minutos para ver se a criança ia se mexer. Afirmou ainda que a água cobriu parte do bebê, e como ela achou que ele nasceu sem vida, minutos depois o colocou no lixo na rua. Depois disso, voltou pra casa, tomou um banho, continuou a comida e foi assistir televisão”, revelou Palomínio. Em depoimento, embora a mulher tenha confessado que realizou o parto e jogou o bebê no lixo, alegou que não sabia que que estava grávida.

“Apuramos com testemunhas que ela sabia disso sim e chegou a comentar com algumas pessoas”, disse Palomínio. Sobre o bebê ter nascido sem vida, a Polícia Civil solicitou uma perícia. O resultado retornou, confirmando que a criança sobreviveu ao nascimento. Como o bebê respirou fora do útero, se trata de homicídio e não de aborto.

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A mulher morava na casa com seu pai, que chegou mais tarde e não sabia o que a filha tinha feito. A vítima ainda apresentava duas profundas lesões no tórax, com cerca de três centímetros cada, as quais, segundo Palomínio, não podem ter sido produzidas pelo caminhão de lixo, nem pela lixeira. “Assim, só podem ter sido feitas pela própria suspeita.”

Em depoimento, a autora disse que estava nervosa. “Isso nos causou estranheza, porque ela não ligou para unidades de emergência, nem para a polícia, e teve a tranquilidade de colocar o bebê na lixeira, depois voltar pra casa, fazer comida e assistir televisão, o que mostra que não tinha nenhuma compaixão.” Nos últimos dias, a mulher, que estava detida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, foi transferida para o Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre. Seu nome é mantido em absoluto sigilo pelas autoridades policiais.

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