Uma bonita história de quem conta a história. Eis como se pode traduzir os 75 anos de existência da nossa Gazeta do Sul, completados no domingo, dia 26 de janeiro. E uma trajetória onde pessoalmente tenho participação em boa parte do período: nada menos do que 33 anos de forma direta e com o mais longo tempo de ligação à empresa do atual grupo de colaboradores (45 anos), só interrompido por algumas saídas temporárias para atividades públicas.
Este acréscimo do olhar de fora maturou ainda mais a vivência interna na comunicação, da qual é difícil de ficar distante, para quem sempre viu na escrita e na fala uma forma interessante de viver e trabalhar, e, desta forma, interagir com a comunidade, cada pessoa em si e seus anseios. A Gazeta surgiu da disposição peculiar de uma sociedade acostumada a ler, a ter acesso à informação qualificada e de credibilidade, à qual o veículo correspondeu em sua história.
Por isso mesmo se solidificou no seio da sua região, ao lado de uma profunda identificação comunitária, que passa pela extensão aos mais diversos elos sociais, a começar pela atenção não apenas aos ambientes mais próximos, mas que perpassa os limites urbanos e abrange os mais longínquos rincões rurais. Aliás, era a gente interiorana que dominava estas terras até há pouco tempo, e a hoje predominante cidade mantém ligação ainda muito forte com aquele ambiente
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Assim, não por acaso, foi muito marcante o surgimento do suplemento rural da Gazeta nos anos 1980, para o qual pude contribuir (assim como na criação das rádios Gazeta, então) e que viria a ser, de certa maneira, o embrião dos anuários brasileiros de agronegócio no final dos anos 1990, onde passei a atuar efetivamente nas fases mais recentes e no último retorno, em 2009. Uma expertise local e regional passou a ser referência nacional, o que, sem dúvida, engrandece a Gazeta e a sua comunidade.
No bom, antigo, mas sempre renovado jornal, um dos mais importantes do nosso Estado, e que conquistou o seu lugar no coração das pessoas do município e da região, ofereceu-se agora novamente ao veterano jornalista este espaço de opinião, como acontecia no final dos anos 1970, no então famoso “Mutirão” dos redatores. Já na época imaginavam tratar-se de uma pessoa de idade mais avançada, pela forma de expor ideias e posições, o que vinha ao encontro do que se esperava de um articulista.
De fato, para um jovem experimentado na vida por caminhos próprios já aos 11 anos, a maturidade chegou mais cedo, ao lado da busca do conhecimento. Este desafio é contínuo, e nele prossigo, com a expectativa de cultivar sempre a boa relação que a Gazeta estabeleceu com a comunidade, por princípios de equilíbrio, sensatez, responsabilidade, verdade, que a tem caracterizado neste seu já extenso percurso, e que, por certo, haverá de se estender por muitos, longos e frutíferos tempos.
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