Após 37 anos no poder, Roberto Mugabe renunciou o cargo de presidente do Zimbábue nesta terça-feira, 21. Ele resistiu aos protestos de políticos e da população do país para que deixasse o poder, mas acabou cedendo, e a demissão foi feita através de uma carta entregue ao Parlamento antes que o órgão iniciasse o debate para o impeachment do político. No documento, o então ex-presidente disse que a decisão de deixar o poder era voluntária.
“Eu, Robert Gabriel Mugabe, entrego formalmente minha renúncia como presidente do Zimbábue com efeito imediato. Eu renunciei para fazer uma transferência de poder tranquila”, diz um trecho da carta, conforme divulgado pela Agência Reuters.
O partido de Mugabe, a União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica (Zanu-PF, na sigla em inglês), havia dado prazo para que ele renunciasse até essa segunda-feira, 20. Como a renúncia não foi feita, o Parlamento estava prestes a iniciar o julgamento do impeachment, mas, com a carta, a sessão foi suspensa.
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De acordo com a Agência Reuters, a demissão de Mugabe foi amplamente comemorada no parlamento. Na semana passada, militares haviam posto o presidente em prisão domiciliar após uma tentativa dele de demitir o vice-presidente e indicar a esposa para o cargo. Esse, no entanto, foi apenas o estopim da situação, pois a população zimbabueana estava descontente com o governo ditatorial de Mugabe há tempos.