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CONVERSA SENTADA

Mudanças com a pandemia

Vamos por partes, como diria Jack, o Estripador.

Será que, de agora em diante, o professor de direito terá que ir à sala de aula? Talvez só por ocasião dos exames. É preciso que o escritório de advocacia tenha várias salas? Ou basta só uma? As audiências serão online? Vai ser necessário um atendente na portaria das empresas ou os contatos se farão todos por telefone ou internet?

E quanto à nossa vida em sociedade?

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No começo da pandemia, fiquei muito inquieto, queria sair à rua. Antes de começar um jogo de tênis, ficava mais tempo abraçando os amigos, conversando, contando as novidades, para depois jogar. Hoje, agendo o horário, levo junto meu parceiro ou o encontro na academia. Tem que chegar na hora. Esgotado o tempo de jogo, ir direto para casa. Os clubes tendem a acabar, para dar lugar a academias privadas.

No tempo em que estagiei no Max Planck Institut, em Freiburg, 40 anos atrás, piscinas, quadras, já naquela época tudo era da iniciativa privada. Queria nadar? Pagava pelo tempo, colocava uma touca, cruzava pelo pedilúvio e pronto. Bem mais prático do que pagar mensalidade.

Aposentada, minha mulher Maristela voltou às aulas de inglês. Em breve, vai retomar as aulas de piano que interrompeu quando jovem. Quer porque quer comprar um piano meia cauda branco. Eu voltei a tocar violino todos os dias.

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Redescobrimos a maravilha que é fazer comida em casa. Ajustamos os cardápios para almoço e jantar durante toda a semana. Feito isso, vamos ao supermercado comprar os víveres correspondentes. Descobrimos que, comendo saladas com vagar, o almoço pode ser bem frugal. Antes eu comia correndo ou me empanturrava de “fast food”.

Antes de março, passava olhando o celular a cada cinco minutos, para ver se havia uma mensagem. Agora, deixo o aparelho desligado na maior parte do tempo. Desde o início da pandemia não compro nenhum calçado, nem roupa. Me dei conta de que os roupeiros estão lotados. Só que usava quase sempre as mesmas peças. Agora a coisa é na base da bermuda, bombacha, camiseta, tênis ou chinelo. Desde março não sei o que é gravata ou terno.

Bom é viver em cidade pequena.

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Eu sempre achava que cachorro era para ajudar nas lidas do campo ou para ser guarda da casa. Agora, descobri que as duas cadelas que Maristela comprou, a Rusalka e a Sissi, são membros da família, dormem dentro de casa, falam com os olhos e gostam de se aninhar na frente da lareira ou nas poltronas. Gostam de algumas frutas. Pode isso? Achava que só comiam ração…

Resumo: mesmo ao fim da pandemia, vou continuar com esse estilo de vida.

“E la nave va.” 

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