Durou menos de duas semanas uma das mudanças no primeiro escalão do governo santa-cruzense promovidas no último dia 12 pelo prefeito Telmo Kirst (PSD). De surpresa, o Palacinho confirmou nessa segunda, 25, que Tricia Schaidhauer deixará o comando da Secretaria Municipal de Comunicação e retornará à Procuradoria-Geral do Município (PGM). Com isso, o secretário de Saúde, Régis de Oliveira Júnior, voltará a acumular a Comunicação.
O anúncio foi feito no fim da manhã dessa segunda-feira, 26, por Telmo a todo o secretariado, que foi chamado para uma reunião na sede da Saúde. À imprensa, o prefeito alegou que a decisão inesperada foi tomada em função de uma situação pessoal do procurador Cleyson Morimoto, que havia sido nomeado no dia 12 para comandar a PGM em uma tentativa de Telmo de fazer um afago no PSDB, partido ao qual ele é ligado.
Morimoto, porém, pediu licença da Prefeitura no fim da semana passada por causa de um problema de saúde na sua família, que mora no Paraná. Com isso, a solução encontrada foi recolocar Tricia no cargo que ocupava desde 2017. Ontem, Telmo disse que tanto Tricia quanto Régis são “muito bons no que fazem” e que as duas áreas – Procuradoria e Comunicação – “não podem parar”.
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Na prática, no entanto, outros fatores também pesaram para o recuo. Na condição de secretária municipal, Tricia seria obrigada a suspender sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), conforme previsto no estatuto da entidade. Segundo ela, isso poderia causar algum problema caso tivesse que reassumir a PGM em alguma emergência. As equipes da Prefeitura também vinham analisando nos últimos dias se a legislação permitiria a Tricia, mesmo fora da Procuradoria, permanecer no rateio dos honorários de sucumbência – valores pagos por quem perde ações judiciais contra o Município e são partilhados em partes iguais entre todos os procuradores do quadro.
A lei de 2016 que regulamentou o pagamento de honorários na Prefeitura prevê que procuradores ocupando cargos em comissão (CCs) também têm direito ao rateio, mas não se sabia se esse direito seria garantido com a inscrição na OAB suspensa. Reportagem da Gazeta do Sul apontou que, em 2017, cada um dos dez procuradores municipais recebeu R$ 3,9 mil por mês a título de honorários.
Ao todo, a minirreforma do dia 12 mexeu, além da Procuradoria e da Comunicação, em outras três secretarias e duas diretorias. Entre os setores que receberam novo comando estão a Fazenda (Nasário Bohnen), Obras (Zeno Assmann) e Segurança (Licério Agnes). Além disso, Marcelo Diniz (DEM), que era diretor de Segurança, assumiu uma cadeira na bancada governista da Câmara de Vereadores.
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Mais da metade já saiu
Essa não é a primeira vez que nomeações no secretariado duram pouco tempo. Em 2013, logo após chegar ao Palacinho, Telmo demitiu o então procurador-geral, Oraci Garcia Rossoni, com apenas 30 dias no cargo. Em março de 2015, o prefeito anunciou uma minirreforma que incluiu a nomeação de Henrique Hermany para a Secretaria de Desenvolvimento Social, mas voltou atrás 24 horas depois. Na mesma ocasião, Edmar Hermany assumiu o Meio Ambiente, mas ficou 33 dias no cargo. Em março deste ano, Delsio Meyer assumiu a Secretaria de Segurança menos de 50 dias depois de ter sido nomeado para a Fazenda.
Dos 14 secretários nomeados por Telmo quando tomou posse para o segundo mandato, em janeiro de 2017, mais da metade (oito) não integram mais o primeiro escalão do governo.
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