“Toda a nossa vida, na medida em que tem forma definida, não é nada além de uma massa de hábitos”, escreveu William James em 1892. Um hábito é alguma coisa que repetimos regularmente. Dependendo do que for, várias vezes ao dia. Charles Duhig, no livro O Poder do hábito, diz que “embora cada hábito signifique relativamente pouco por si, ao longo do tempo, as refeições que comemos, o que dizemos, se poupamos ou gastamos dinheiro, com que frequência fazemos exercício e o modo como organizamos nossos pensamentos e rotinas de trabalho tem impactos enormes na nossa saúde, produtividade, segurança financeira e felicidade”.
Os hábitos não são inevitáveis, embora mais de 40% das ações que as pessoas realizam todos os dias sejam hábitos, não sendo, portanto, decisões de fato, conforme pesquisa de 2006 da Duke University. Mas, eles podem ser ignorados, alterados ou substituídos. Para iniciar mudanças de hábito, em qualquer área de nossa vida, o primeiro passo é entender que algum comportamento atual é ruim e precisa ser mudado. Se alguém não está conseguindo realizar seus objetivos por falta de dinheiro, pode ser por vários motivos – perda de emprego ou do negócio, algum evento acidental, uma doença, etc –, mas, na maior parte das vezes é por ter o hábito ruim de gastar muito, não poupar, não organizar seu dinheiro, entre outros.
Quando se fala de hábitos bons e saudáveis não se está considerando apenas em ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos, geralmente os dois mais citados. São hábitos importantes, mas existem outros: como vivemos, como cuidamos do nosso emocional, dos nossos objetivos e, certamente, do nosso dinheiro. Hábitos financeiros saudáveis permitem fazer melhores escolhas, garantindo uma vida mais tranquila e com a realização de objetivos.
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Existe a teoria de que levamos até 21 dias para formar um novo hábito; há especialistas que falam em 66 dias. Mas, na prática, nem sempre é assim. Quantas pessoas passam meses indo à academia, já internalizaram o hábito, percebendo melhoras no corpo e na saúde, e, de um dia para outro, param de ir? Novos hábitos requerem perseverança, disciplina e interesse em continuar a sua prática.
A colunista do site Dinheirama, Simone Costa, destaca cinco hábitos importantes que deveriam ser observados para que se tenha uma vida financeira mais próspera:
1º – Olhar para suas finanças: parece tão óbvio, mas raramente se faz isso. Mesmo que as pessoas enfrentem situações complicadas, tendo consciência que têm pontos a melhorar em suas finanças, não param nem refletem a respeito: muitos não sabem quanto ganham nem onde gastam seu dinheiro, limitando-se a receber o salário ou a renda e pagar contas. Por isso, ela indica:
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– Saber o valor exato da entrada de dinheiro;
– Fazer um diagnóstico da situação financeira: durante 30 dias (se a renda for fixa) ou 90 (se for variável) anotar todas as despesas; simultaneamente, fazer um levantamento do patrimônio e das dívidas.
2º – Organizar seu dinheiro: sabendo qual é a renda, quais os gastos, o que pode ser reduzido ou cortado, quais são as dívidas, o que gostaria de fazer com o seu dinheiro (sonhos, objetivos, etc) está na hora de organizar isso, através de um orçamento doméstico;
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3º – Ter metas: muita gente não poupa porque não tem metas ou objetivos claros para os quais pretende usar seu dinheiro; essas metas ou objetivos precisam ser específicas, com datas e valores e, principalmente, de onde vai retirar o dinheiro para a sua realização;
4º – Pagar-se primeiro: antes de efetuar qualquer pagamento de despesas, priorizar os valores previstos para cada um dos objetivos ou metas estabelecidas que podem ser identificados como longevidade (aposentadoria), realização de sonhos e eliminação de dívidas; por isso, a DSOP Educação Financeira sugere a fórmula inovadora de Ganhos (-) Longevidade (-) sonhos (-) Compromissos/prestações assumidas (-) Reserva estratégica para imprevistos, ficando o restante para as despesas normais (o padrão de vida);
5º – Fazer mais dinheiro: pode parecer exagero ou algo muito difícil, ainda mais no tempo atual de pandemia, com redução de empregos e fechamento de negócios; avaliar a possibilidade de vender algo ou oferecer serviços de alguma atividade que saiba fazer bem.
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Hoje, já se sabe que, geralmente, os problemas financeiros não são só decorrentes de baixos salários/rendas ou de crises econômicas do país, embora, em alguns casos, isso seja verdade. Tanto assim que até pessoas com receitas acima da média também têm dificuldades até para pagar suas contas mais essenciais, quem dirá conseguir acumular algum patrimônio. Muitos problemas financeiros ocorrem simplesmente pelo fato de as pessoas repetirem hábitos prejudiciais quando se trata de dinheiro: não elaborar e acompanhar um orçamento pessoal ou familiar, comprar por impulso, não definir objetivos financeiros, não poupar, não planejar seus investimentos, são alguns deles.
O sucesso financeiro não depende do quanto se ganha, mas de como se lida com o que se ganha. Esse é um hábito que pode ser aprendido. Pode não ser necessariamente fácil, nem rápido, nem sempre simples. Como escrever o nome com a mão trocada. Mas é possível. Se alguém acredita que pode mudar – e faz disso um hábito – a mudança desejada se torna real.
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