Santa Cruz do Sul

Mudança agiliza inovação nas grandes empresas

A Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul realizou nessa terça-feira, 23, a edição de abril da reunião-almoço Tá na Hora. O convidado foi o consultor Fábio Makita, que contou com a companhia de sua associada Carolina Giachini. Durante o encontro, realizado no restaurante do Hotel Águas Claras, o palestrante reforçou o atual momento vivido pelas empresas na adoção de medidas inovadoras. Um dos diferenciais é o fomento à inteligência artificial, que serve como motriz para que empreendimentos ditos tradicionais possam inovar de forma mais rápida.

Habitualmente, os empreendimentos maiores tinham dificuldade na implantação de mudanças de processos, pessoas ou produtos, por causa da maior burocracia, resultante dos seus tamanhos. “No comportamento normal, as grandes empresas demoram mais para as movimentações, mas com a IA mudou o comportamento do mercado. Os grandes passaram a ser mais rápidos”, afirmou Makita.

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Essa nova perspectiva não afasta, porém, as práticas que têm ganhado cada vez mais espaço, como o investimento em startups para levar o pensamento inovador para dentro do empreendimento, ou o estabelecimento de parcerias com as demais hélices do sistema: o setor acadêmico, o poder público e as organizações sociais. Assim, o palestrante reforçou que inovação não é uma palavra da moda, mas um item necessário para ser trabalhado de forma sistemática.

A agilidade apontada pelo consultor como um diferencial positivo nas empresas de maior porte é outra questão fundamental. Relembra que, em 2015, quando atuava na Embraer, integrou a equipe que criou o primeiro fundo de investimento de capital de risco, para injetar recursos em startups na busca de ideias inovadoras. “À época, a criação de conhecimento levava uns seis meses para ser implantada e, em 12 meses, ficava defasada. Esse tempo de vencimento baixou para dois, no máximo três meses.”

É claro, observou Makita, que nem todos os investimentos representarão resultados positivos. Uma das máximas de quem atua na criação de novos processos ou meios de incrementar produtos ou serviços é estar ciente da possibilidade de acertos ou erros, e que deve existir espaço para que as propostas sejam experimentadas.

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Fábio Makita e Carolina Giachini falaram sobre o tema Impulsionando o futuro: desafios da inovação nas empresas, perspectivas e possibilidade de fomento. O Tá na Hora tem patrocínio da JTI, Unisc, Philip Morris Brasil, Gazeta Grupo de Comunicações, Universal Leaf, Unimed e BAT.

Feita por pessoas

O consultor Fábio Makita, que atuou como executivo por mais de duas décadas em empresas como a Embraer e a Randon, dentro das áreas de inovação, desenvolvimento de novos negócios, planejamento estratégico e inteligência competitiva, fez questão de frisar que as perspectivas são boas, com o surgimento de formas de inovação a cada dia. “Existe maturidade no ecossistema de negócios sobre esse tema. O que precisamos é mais estruturação em termos de cultura e alinhamento, trabalhando a tecnologia e as pessoas”, alertou.

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Segundo Makita, por mais que o processo inovador esteja vinculado à tecnologia, como a instalação de hardware ou software, parte do conhecimento tecnológico está nas pessoas, gera mudança e precisa ser trabalhado. “A proposta é esta: olhar o conjunto de fatores, tecnologia e pessoa.”

Carolina Giachini, especialista em neurociência do comportamento, corroborou a fala de Makita e frisou que a inovação é feita por pessoas, fazendo o movimento de transformação acontecer. “Para inovar é preciso implementar cultura de inovação, com olhar mais cuidadoso com as pessoas”, enfatizou a consultora. Como receita de bolo, citou três ingredientes fundamentais: comunicação eficiente, criatividade e flexibilidade. Seriam mecanismos para dar suporte à saúde mental dos profissionais, que devem estar saudáveis para enfrentar o processo de mudança.

E esse receio vai desde as alterações em processos tradicionais até mudanças mais profundas, que podem resultar na extinção de postos de trabalho. “Ela (a inovação) pode destruir empregos, mas cria novos. As empresas que vão se dar melhor serão as que fizerem o melhor uso do conhecimento tácito da sua equipe, unindo a implantação da tecnologia e a inovação à qualidade profissional com a qual já conta”, frisou Makita.

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Na abertura do evento, o presidente da ACI de Santa Cruz do Sul, Ário Sabbi, defendeu a implantação de medidas e alterações nos processos que representem melhores resultados para os empreendedores e para a sociedade. E ele enfatizou a força do associativismo para alcançar esse intento. “O associativismo pode desempenhar um papel crucial no fomento e acesso a recursos para inovação, que são fundamentais para que empresas e empreendedores possam desenvolver e implementar novas ideias, produtos e processos.”

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Paula Appolinario

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Paula Appolinario

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