O Ministério Público Federal confirmou nesta sexta-feira, 10, que solicitou a abertura de um inquérito policial relativo a uma manifestação de cunho racista feita por uma moradora de Santa Cruz nas redes sociais no início de dezembro. Na postagem publicada no Facebook, ela atacou indígenas que pedem ajuda nas ruas do município.
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A internauta disse ter “nojo” dessas pessoas, a quem chamou de “vagabundos” e que “só sabem pedir, trabalhar não querem”. “Se fazem de coitado pedindo moeda pra comprar ‘roupa e alimento’, mas na verdade é pra comprar cerveja, andar de táxi…Tinha que exterminar essa raça!!”, diz a postagem, que ainda ataca as mulheres indígenas e foi alvo de uma avalanche de críticas.
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Nesta sexta, uma comitiva formada por representantes do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos foi recebida pelo procurador da República Carlos Augusto Boniolo Goebel. Na ocasião, Goebel informou que, após a receber a denúncia, pediu à Delegacia da Polícia Federal de Santa Cruz que abrisse uma investigação para apurar se o caso se enquadra na lei 7.716/1989, que prevê pena de reclusão de um a três anos para quem “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, etnia, religião ou procedência nacional”.
Na reunião, os dirigentes também reforçaram a importância de uma “resposta punitiva e educativa” a esse tipo de conduta. À Gazeta do Sul, o presidente do Compir, Moa Fanfa, disse que deve protocolar nos próximos dias um pedido de reunião na PF para saber do andamento do inquérito.
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