Sete meses após virem à tona as irregularidades na área da Saúde em Rio Pardo, o Ministério Público Federal denunciou o ex-prefeito de Rio Pardo, Rafael Reis Barros, e outras sete pessoas. Trata-se da primeira ação ajuizada no âmbito da Operação Camilo, da Polícia Federal, que apurou o desvio de R$ 15 milhões dos cofres públicos na Cidade Histórica.
A operação foi deflagrada no fim de maio, quando Barros e o então procurador-jurídico da Prefeitura, Milton Coelho, chegaram a ser presos. Cerca de um mês depois, Barros renunciou ao cargo de prefeito. Indiciados duas vezes pela PF, os dois foram soltos no início de julho.
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A Gazeta do Sul teve acesso à íntegra da denúncia apresentada nessa sexta-feira, 18, pela procuradora da República Jerusa Burmann Viecelli à 11ª Vara Federal de Porto Alegre. O processo tem 126 páginas e abrange o que os investigadores chamam de primeiro ciclo de fraudes, ocorridas entre janeiro de 2017, quando Barros tomou posse, e outubro de 2018.
O esquema envolve duas empresas contratadas pela Prefeitura nos primeiros dias da gestão. Segundo a denúncia, essas contratações, que ocorreram por meio de dispensas de licitação irregulares e prevendo valores superfaturados, faziam parte de um acordo para beneficiar empresários com quem o prefeito e o procurador já mantinham contatos desde o ano anterior. Barros e Coelho teriam, inclusive, realizado viagens turísticas bancadas por eles.
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Esses empresários também estavam por trás da organização social Abrassi, que naquele mesmo ano assumiu a gestão do Hospital Regional do Vale do Rio Pardo em um processo licitatório que, de acordo com a investigação, também foi fraudulento. A partir de então, o hospital passou a subcontratar as mesmas empresas, que estavam em nome de laranjas. Os desvios eram ocultados por meio de uma série de operações financeiras, incluindo compras de imóveis e veículos de luxo.
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Se a denúncia for aceita pela Justiça, Barros e Coelho vão responder por corrupção, crimes licitatórios, peculato e organização criminosa. Procurados na manhã deste sábado, 19, os advogados Ezequiel Vetoretti, Rodrigo Grecellé Vares e Eduardo Vetoretti preferiram não se manifestar, sob alegação de que ainda estão analisando o conteúdo da denúncia.
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