O Ministério Público (MP) de Candelária irá instaurar inquérito sobre as queixas de famílias de pacientes em relação aos atendimentos do plantão médico clínico do hospital, custeado pela Prefeitura. O promotor Martin Albino Jora também pretende cobrar uma ação do Município, que é responsável pelo repasse de valores para o serviço. A informação foi dada na segunda-feira à comissão representativa dos vereadores, formada pelo presidente Alan Patrick Wagner e por Ginevra Haubert da Silveira, Alexandra Bini e Jorge Willian Feistler, durante audiência no MP.
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O grupo de vereadores entregou ao promotor o dossiê com os relatos dos usuários. Martin Jora disse no encontro que irá anexar os documentos apresentados ao inquérito civil instaurado em 2016 para apurar possíveis irregularidades nos repasses financeiros. O mesmo documento elaborado pela Câmara seria entregue na 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (13ª CRE) e no Conselho Municipal de Saúde, para que também tenham conhecimento da situação.
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Na manhã de terça-feira, os vereadores se reuniram com o prefeito Nestor Ellwanger; o procurador jurídico Paulo Butzge e a secretária de Saúde, Grazieli Priebe, em busca de uma solução para os problemas no plantão do hospital. Foi entregue um dossiê com as situações relatadas por meio de postagens nas redes sociais e reportagens na imprensa. Junto com as reclamações, a Câmara encaminhou um documento com extrato dos repasses feitos pelo Executivo à Sociedade Beneficente Hospital Candelária, que ultrapassaram R$ 15 milhões no último ano. Desse total, R$ 4,5 milhões foram para a manutenção do plantão médico, com profissionais à disposição 24 horas por dia – o que, segundo alguns usuários, não estaria acontecendo em determinadas situações.
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O presidente Alan Patrick Wagner destacou que são muitas as reclamações sobre o atendimento prestado e todos os vereadores estão preocupados com a situação. “A gente sabe que a Prefeitura repassa um bom valor e a Secretaria de Saúde dá todo o suporte necessário ao hospital. Por conta disso, o Executivo tem o direito de cobrar melhorias.”
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Durante o encontro, foi solicitado ao prefeito que seja aberta uma sindicância para análise dos contratos firmados com a casa de saúde, bem como as prestações de contas realizadas pelo hospital.
O que diz a casa de saúde
O administrador do Hospital Candelária, Aristides Feistler, em entrevista à Rádio Gazeta no último dia 12, negou haver negligência por parte do estabelecimento de saúde no atendimento do plantão. Uma das saídas utilizadas para driblar a falta de médicos no mercado e garantir a continuidade dos serviços foi a contratação de uma empresa que faz a escala. Com isso, os profissionais que atuam no fim de semana geralmente são de fora do município. Mas, segundo Feistler, nunca faltou médico no local.
O administrador explicou que há diferença na dinâmica de trabalho dos profissionais – alguns são mais ágeis e outros mais detalhistas, o que causa variação no tempo de espera. Outro ponto levantado por ele é o fato de que, no fim de semana, a demanda aumenta muito, pois as unidades de saúde não funcionam. Em 24 horas, são cerca de 70 atendimentos no plantão aos fins de semana.
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A ordem de atendimento é definida conforme classificação de risco – urgentes primeiro – e, depois, por chegada. Atualmente, há somente um plantonista por vez, que, geralmente, cumpre jornada de 24 ou 12 horas, variando conforme o encaixe da escala. Segundo o administrador, uma das articulações junto à Secretaria de Saúde de Candelária é a possibilidade de novos profissionais se fixarem no município e integrarem a escala do plantão da instituição.
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