A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou réus dois homens apontados como envolvidos no caso de duplo homicídio de Cristian Alan dos Santos Carvalho, de 17 anos, e sua mãe Maria Cristina dos Santos, de 54, na madrugada do dia 22 de setembro, no calçadão que fica na esquina das ruas Marechal Floriano e Tiradentes, no centro de Santa Cruz do Sul.

Um jovem de 18 anos, que executou os disparos, irá responder pela prática de dois homicídios consumados, quatro tentativas de homicídio com dolo eventual e uma lesão corporal, enquanto o outro, de 25 anos, vai responder por uma lesão corporal. Na síntese da denúncia assinada pelo promotor Gustavo Burgos de Oliveira, também está a solicitação para que os réus sejam condenados a pagar indenização por danos materiais e morais sofridos pela família das vítimas.

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Ainda segundo o promotor Gustavo, outros dois envolvidos indiciados por lesão corporal, em princípio, não serão denunciados. Isso ocorrerá por eles não serem reincidentes e fazerem jus à chamada transação penal, ou acordo de não persecução penal. Se não aceitarem, aí sim serão denunciados também por lesão corporal. Os nomes deles são mantidos em sigilo pelas autoridades. O caso corre na 1ª Vara Criminal de Santa Cruz do Sul, que tem a juíza Márcia Inês Doebber Wrasse como titular. Ao longo dos próximos dias, os réus devem apresentar defesa prévia, para que depois se agende uma data para a audiência de instrução com os depoimentos de testemunhas arroladas.

Embora já tenha remetido o inquérito à Justiça devido ao prazo legal de dez dias para conclusão após a prisão preventiva do executor – ocorrida em 25 de setembro –, a Polícia Civil mantém as apurações na busca por angariar mais evidências, e aguarda o resultado de quebras de sigilo em eletrônicos apreendidos.

Pistola utilizada tinha até seletor de rajadas

O duplo homicídio ocorrido em 22 de setembro chocou Santa Cruz do Sul. O crime foi filmado por câmeras de videomonitoramento. Na data, por volta das 5 horas da manhã, o jovem de 18 anos executou a tiros Maria Cristina e seu filho Cristian Alan. Conforme investigações da Polícia Civil, o fato teve início após uma briga entre o adolescente e o executor – que já tinham desavenças anteriores – no banheiro de uma casa de festas.

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Os seguranças intervieram e alguns dos envolvidos foram retirados do local. Depois, no lado de fora do estabelecimento e já com a festa encerrada, os dois voltaram a se encontrar, um em cada lado da esquina da Marechal Floriano. Em determinado momento, o autor subiu em uma moto e cerca de um minuto depois voltou armado.

Com uma pistola 9 milímetros com seletor de rajadas, ele atingiu Cristian Alan na cabeça e depois a mãe dele, Maria Cristina, que fora até o local para defender o filho e se jogou à frente dele após o primeiro disparo. Ela também acabou baleada na cabeça. Na sequência, um outro filho, na tentativa de conter o assassino e segurá-lo até a chegada da polícia, foi alvejado de raspão.

Mesmo assim, estava conseguindo detê-lo antes de ser brutalmente agredido por amigos e amigas do criminoso, que dessa forma conseguiu fugir. Ainda em decorrência da ação, outras duas jovens, que nada tinham a ver com o fato, foram baleadas, mas sobreviveram. O caso gerou repercussão em nível estadual e colocou em xeque a segurança na cidade, sobretudo em uma área de grande movimento em finais de semana, como é o calçadão da Floriano.

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