Diante de denúncias de que políticos e parentes estariam furando a fila da vacina contra a Covid 19 no Amazonas, os Ministérios Públicos do Estado, de Contas e do Trabalho, em conjunto com as Defensorias Públicas da União e do Estado decidiram investigar o suposto desvio de doses na região.
Nesta primeira etapa, a imunização é destinada somente a profissionais de saúde que estão na linha de frente, idosos que moram em asilos e indígenas aldeados. No entanto, relatos invadiram as redes sociais de que está havendo aplicação das vacinas em pessoas que não pertencem aos grupos prioritários.
A polêmica começou após duas médicas, filhas de um empresário do ramo da educação no Amazonas, tomarem a vacina contra a Covid-19 logo após serem nomeadas para trabalhar na área administrativa de uma Unidade Básica de Saúde na segunda-feira, 18, dia que chegaram as vacinas ao estado.
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Nas redes sociais, as profissionais afirmam que atuam na linha de frente da unidade batizada com o nome do pai das médicas, que é dono de uma Universidade e das Escolas Nilton Lins.
Pela rede social, o prefeito de Manaus, Davi Almeida, negou que a prefeitura tenha cometido um ato ilícito e argumentou que começou a vacinação pelas Unidades Básicas de Saúde porque não havia chegado ainda o planejamento estadual para os hospitais da região.
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O prefeito não especificou se as duas médicas em questão trabalhavam atendendo pacientes, já que foram nomeadas para gerenciar projetos. Mas defendeu que elas estavam no plantão.
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O governo do Amazonas divulgou nota afirmando que apenas distribui as vacinas, e que a aplicação é feita pelas prefeituras.
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A recomendação dos Ministérios Públicos e também das Defensorias é para que as secretarias de Saúde do Estado e do Município de Manaus, ao aplicarem essas primeiras doses, priorizem aqueles que estão em situação de maior vulnerabilidade. Por exemplo, os profissionais de saúde idosos, que apresentam comorbidades.
E as denúncias em Manaus não são um caso isolado. Em Pombal, a 370 quilômetros de João Pessoa, Paraíba, o prefeito da cidade, Abmael de Sousa Lacerda, do MDB, foi o primeiro a tomar a vacina da Covid-19, mesmo sem estar no grupo prioritário para receber a dose da CoronaVac. O prefeito é médico e tem 66 anos, mas não atua na linha de frente no combate à pandemia.
Também no Nordeste, no município de Itabi, em Sergipe, o prefeito Júnior de Amynthas, do partido Democratas, foi o primeiro a receber a vacina.
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Em Jupi, Pernambuco, os primeiros vacinados foram a secretária de Saúde, Maria Nadir Ferro, e o fotógrafo oficial da prefeitura. Os dois também não fazem parte do grupo prioritário.
E em Candiba, no centro-sul baiano, o prefeito Reginaldo Prado, do PSD, foi uma das duas primeiras pessoas a tomarem a vacina contra a Covid-19, mesmo sem fazer parte do grupo prioritário.
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