A polêmica envolvendo as obras de revitalização do Lago Dourado, em Santa Cruz do Sul, teve mais um capítulo nessa quinta-feira, 9. Durante encontro realizado entre o Ministério Público, o secretário municipal de Meio Ambiente, Vanir Ramos de Azevedo, o procurador geral do município, Rogério Moura Pinheiro Machado e alguns moradores do Bairro Várzea, foi determinado pelo MP que a Prefeitura de Santa Cruz deve realizar novos estudos no complexo antes de finalizar as obras.
A medida foi definida diante da manifestação das pessoas que residem na área mais atingida pelas chuvas em Santa Cruz do Sul. Segundo os moradores do Várzea, a construção no Lago Dourado influenciará diretamente nas cheias do Rio Pardinho, que costuma alagar na localidade com frequência. Em entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta sexta-feira, o promotor Érico Fernando Barin afirmou que a discussão foi bastante técnica. “Os moradores sustentam a paralisação imediata das obras enquanto que o município sustenta que elas não impactam no Bairro Várzea. Diante dos fatos, foi pedido um termo de referência a Santa Cruz”, explicou.
De acordo com Barin, o documento especifica os estudos que serão realizados no local. “São estudos hidrológicos e hidrodinâmicos. Os moradores insistem na paralisação, mas acredito que, além de uma medida arriscada, seria algo paliativo e não definitivo. O MP procura solucionar totalmente o problema”, acrescentou o promotor, que reforçou que o testemunho dos moradores foi levado em consideração já que diversas pessoas relataram o mesmo problema. “Confiamos nos relatos deles. Eles sentem na pele o problema e a posição foi unânime. Eles tem dados concretos”, justificou.
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O debate sobre os estudos se deu em função de que as obras existentes no Lago Dourado foram realizadas com base em análises antigas. “O município não tinha esse documento. Não houve uma sequência de estudos mais aprofundados, faltou o acompanhamento e o monitoramento com o passar do tempo. Obras geram impacto e é preciso saber que tipo de impacto é esse”, reforçou Barin.
A Prefeitura de Santa Cruz possui um prazo até a próxima quinta-feira, 16, para dar início aos estudos exigidos pelo Ministério Público.
Corsan nega que há risco
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Em reunião na Prefeitura no final do mês de maio, o superitendente regional da Corsan, José Roberto Ceolin Epstein, negou que a obra do Lago Dourado represente risco à população do entorno. Conforme ele, o aproveitamento turístico já estava previsto no projeto original do complexo, concebido no fim da década de 1990 e, à época, foram realizados estudos que apontaram que não haveria impacto sobre os níveis de enchente nas regiões lindeiras ao Rio Pardinho. “Bem pelo contrário, estamos tendo todo o cuidado para evitar qualquer tipo de impermeabilização do entorno”, disse.
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