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MP denuncia dez pessoas por abate e comércio ilegal de carne de cavalo em Caxias

O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou criminalmente à Justiça, na tarde desta quarta-feira, 24, oito pessoas por integrarem organização criminosa; por adulteração ou alteração de produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nocivo à saúde; e crime contra as relações de consumo. Outras duas pessoas foram denunciadas por crime contra as relações de consumo.

A denúncia é resultado de investigação que culminou na operação Hipo, realizada em Caxias do Sul na última quinta-feira, 18, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Segurança Alimentar, na qual seis pessoas foram presas. Dois dos presos, na presença dos advogados, confessaram os crimes ao promotor durante as oitivas realizadas nesta semana.

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Conforme o promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, coordenador do Gaeco – Seguranca Alimentar, que esteve à frente da operação e assina a denúncia, além dos seis presos, dois participavam do esquema, porém com uma importância menor na organização, e os outros dois são os proprietários das duas hamburguerias (Mírus Hambúrguer Ltda. ME e Natural Burguer), onde foi detectado DNA de cavalo em análises realizadas nos lanches, confirmando a fraude. “Após a operação, também foi confirmada a presença de microorganismos nocivos à saúde humana nas amostras de carne apreendidas na última quinta-feira, 18, além de DNA de cavalo em todas as amostras. Alguns hambúrgueres eram 100% carne de cavalo”, conta.

Função de cada denunciado

De acordo com a denúncia, o primeiro denunciado era responsável pela compra e abate irregular de cavalos, pelo descarte e desossa das carcaças. O segundo, pai do primeiro, era dono da chácara onde ocorria o abate, um local completamente insalubre, e auxiliava na desossa. Nesta chácara, também foram apreendidos 280 quilos de produtos lácteos vencidos (iogurtes e geleias), que eram vendidos aos consumidores em geral. A terceira denunciada é também da família dos primeiros. Ela auxiliava na comercialização dos lácteos. Na casa dela, eram estacionados os caminhões utilizados pela organização criminosa para transportar cavalos. Ela também emprestava o aparelho de telefone para utilização nas negociações, intermediando a comunicação com os fornecedores de cavalos via WhatsApp. Ela também avisava sobre qualquer movimentação policial na cidade.

O quarto denunciado era o idealizador da organização criminosa e, além de ajudar na desossa das carcaças na chácara, procedia, na própria casa, à moagem de carnes, mantendo também, em refrigeradores e freezers, carnes corrompidas para a venda. Ele ainda vendia as carnes de cavalo. A quinta pessoa era esposa do quarto denunciado e recebia, diariamente, por telefone, informações sobre a quantidade de carne e de guisado que deveria ser produzida para atender à demanda do comércio clandestino, repassando-as aos que efetuavam a compra e abatiam os cavalos. Ela também recebia o dinheiro da venda dos produtos alimentícios e os repassava ao marido.

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O sexto denunciado era o principal comprador de carnes de cavalo já desossadas. Mantinha contato pessoal e telefônico com os demais investigados para tratar sobre quantidades de carne a serem produzidas, de acordo com a demanda apresentada por clientes de restaurantes e de lancherias de Caxias do Sul, e, principalmente, do parceiro de organização criminosa, proprietário de uma hamburgueria clandestina. Este vendia a carne de cavalo já desossada e em retalhos, ciente de que era proveniente do abate irregular de equinos. “Estes seis primeiros são os que foram presos durante a operação Hipo”, destaca Alcindo Bastos.

Os demais denunciados são o responsável pela confecção, em uma hamburgueria clandestina, dos hambúrgueres e bifes produzidos com as carnes irregularmente abatidas e que são vendidos aos restaurantes de Caxias do Sul, o funcionário na hamburgueria e os dois proprietários da Mírus Hambúrguer Ltda. ME e Natural Burguer. O promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, coordenador do Gaeco – Seguranca Alimentar, ressalta, por fim, que os demais estabelecimentos de Caxias do Sul suspeitos de terem comercializado as carnes de cavalo seguirão sendo investigados pelo Ministério Público.

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