Já está na mesa do juiz Celso Roberto Mernak Fialho Fagundes a denúncia do Ministério Público (MP) contra o barbeiro Nelson Adriano Bernardo, de 49 anos. O homem é apontado como autor de feminicídio, pois teria matado com um tiro Rosemara Luciana Boeck, de 35 anos, no dia 3 de setembro, à margem da RSC-287, nas proximidades do pedágio de Candelária. O documento foi remetido pelo promotor de Justiça Martin Jora e detalha as investigações do caso. O inquérito da Polícia Civil foi chefiado pelo delegado Tiago Bittencourt.
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O trabalho identificou todos os passos de Nelson, em imagens de câmeras, desde a festa onde ele estava com Rosemara, de onde saíram em um veículo, na madrugada do crime. A prisão do barbeiro estava decretada desde o dia 5 de setembro, mas ele deixou Candelária e viajou para Itajaí, em Santa Catarina. Ao prestar depoimento no dia 12, foi preso e encaminhado ao presídio. Supostamente, o homem não teria aceitado terminar seu relacionamento com a mulher.
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Em depoimento, ele negou o crime e relatou outra versão. Disse que o relacionamento com ela era casual. Ainda afirmou que naquela noite saíra com a vítima de uma festa, no Bairro Costa Norte, em Candelária, mas a largou em uma parada de ônibus da cidade e depois seguiu em seu carro para Santa Cruz do Sul.
Em apurações posteriores à prisão, novamente as imagens de câmeras mostraram que o veículo de Nelson nem sequer passa onde ele dissera ter deixado a mulher. “No depoimento, pedimos para ele detalhar minuciosamente o caminho que fez com ela. Refizemos esse trajeto analisando as câmeras e não se confirmou. Não há nenhum indicativo de que o veículo passa onde ele relatou ter deixado ela”, comentou o delegado.
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Segundo o responsável pela Delegacia de Polícia de Candelária, o tempo entre a saída da festa e a chegada no pedágio foi mais um indício analisado. “Ele sai às 3h51 da festa, passa em uma rua às 3h53 e chega no pedágio às 4h09. Na nossa análise, naquele horário, sem trânsito, se uma pessoa seguir muito devagar faria entre dez a 13 minutos. Ele demora 19, e nos relatou em depoimento que o trajeto foi sem parar em nenhum ponto”, explicou o delegado.
Para a polícia, o tempo indica que houve alguma parada e o crime pode ter acontecido nesse momento. Ainda de acordo com o delegado Tiago Bittencourt, testemunhas das proximidades de onde o corpo foi localizado disseram ter ouvido uma discussão de casal, uma batida de porta, dois disparos e, em seguida, um carro arrancando. O exame de necropsia apontou que a vítima foi atingida por um disparo de arma de fogo, efetuado abaixo de um dos olhos. Mesmo com o inquérito já enviado devido ao prazo estipulado em razão da prisão preventiva, a Polícia Civil aguarda o resultado de algumas apurações que podem robustecer a denúncia.
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Entre elas, o resultado da perícia irá indicar se havia resíduos de sangue no veículo do barbeiro. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) passou o chamado luminol no automóvel, produto que reage emitindo uma luz quando em contato com o sangue. Também é aguardada uma quebra de sigilo telemático, bem como a extração de dados dos celulares do casal.
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