Uma mobilização encabeçada por empresários e outros lideranças da região por onde passa a RSC-153 busca, junto ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e ao governo do Estado, uma solução definitiva para os diversos problemas que há anos afetam a rodovia. Batizado de Ainda dá tempo de salvar a 153, o movimento já conta com apoio de parlamentares da Assembleia Legislativa e promete até mesmo bloquear o tráfego se for necessário.
Um dos líderes do movimento, o empresário Jackson Rabuske, que também é vice-presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sinimbu (Cacis), afirma que a iniciativa busca unir em uma só frente os vários pedidos de intervenção na rodovia que têm sido feitos ao longo dos últimos meses. “Percebendo que pessoas do meio político com boas intenções não estão conseguindo sozinhas, ou simplesmente conseguindo um tapa-buraco a cada semana, nós, empresários de toda a região, nos mobilizamos para que isso termine, para que aconteça realmente uma renovação da rodovia”, explicou.
Quem trafega periodicamente pela RSC-153 não demora a se deparar com algum dos seus vários obstáculos. “Não existe roçada (da vegetação no entorno da pista), não existe sinalização. As encostas, tivemos vários acidentes não noticiados causados por pedras que rolam e atingem os veículos. É uma rodovia que hoje tem alguns locais que geram realmente perigo de vida para os motoristas”, alerta Rabuske. Ele reforça a necessidade de uma reforma completa da estrada, não apenas pequenas intervenções, que amenizam, mas não resolvem definitivamente os problemas.
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Os representantes do movimento temem que o trecho se deteriore de tal maneira que não seja mais possível recuperá-lo, por conta do elevado custo aos cofres públicos. Para evitar um cenário como esse, o grupo conta com o apoio de parlamentares gaúchos, tanto na Assembleia Legislativa, por meio do deputado estadual Adolfo Brito (PP), quanto no Congresso Nacional, através do deputado federal Heitor Schuch (PSB), e promete até mesmo trancar o tráfego na rodovia caso nada seja feito.
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Uma década de tapa-buracos, problemas e muitos transtornos
Após vários anos de empenho da comunidade regional, o projeto e a construção da RSC153 passaram por quatro governos diferentes, entre o final dos anos 1990 até dezembro de 2010, quando a rodovia foi finalmente inaugurada pela então governadora Yeda Crusius (PSDB). Era o fim de uma luta e o começo de outra, desta vez pela conservação da estrada, que não demorou a apresentar problemas devido ao tráfego intenso de caminhões e carretas escoando a produção agrícola vinda do Norte do Estado em direção ao Porto de Rio Grande.
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Ao longo dos anos, a Gazeta do Sul testemunhou a deterioração do trecho que liga Barros Cassal a Vera Cruz e está prestes a completar uma década de operação – quase toda ela, acompanhada por problemas e transtornos aos motoristas. “A situação hoje é muito preocupante e perigosa. Um motociclista que trafega por aqui à noite e não conhece o trecho pode acabar se matando em um buraco”, alerta o vereador e ex-secretário de obras de Vale do Sol, César Ebert (PP), que mora às margens da estrada. Ele acrescenta que a falta de fiscalização faz com que as carretas trafeguem com peso acima do permitido, o que contribui para a degradação do asfalto e o surgimento de buracos.
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Reparos na pista
Conforme se avança pela via em direção a Barros Cassal, os obstáculos se multiplicam em quantidade e perigo, e podem ser facilmente percebidos pelos danos causados aos veículos. “A cada pouco é um carro encostado com pneu furado, roda amassada. Está terrível, é uma das piores situações de asfalto que já vi”, afirma Elocir França Rodrigues, secretário de Obras, Viação, Trânsito e Serviços Públicos de Gramado Xavier. A exemplo de Jackson Rabuske, ele também critica os remendos feitos pelo Daer, que têm pouca durabilidade e logo voltam a apresentar problemas.
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Procurado pela reportagem, o Daer informou, por meio da assessoria de comunicação, que a 3ª Superintendência Regional – de Santa Cruz do Sul – já está realizando uma operação tapa-buracos no trecho, iniciada nessa quarta-feira. Em relação a uma possível reforma mais ampla da rodovia, como demanda o movimento dos empresários locais, a autarquia declarou que isso depende da liberação de recursos financeiros por parte do governo do Estado.
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