Movimento busca reduzir remuneração de vereadores a um salário mínimo em Ibarama

Um grupo de moradores de Ibarama está mobilizado para buscar a redução do salário dos vereadores municipais. Um dos integrantes do grupo, Lucas Mattana, destaca que a ideia surgiu de conversas com os amigos e agora foi decidido colocá-la em prática para buscar tirar do papel essa iniciativa. Atualmente, o salário bruto pago mensalmente a cada vereador do município é de R$3.119,82, e para o presidente da Câmara R$4.605,80. O grupo defende que cada vereador passe a receber um salário mínimo nacional vigente, definido no presente momento em R$ 1.100,00.

Conforme Mattana, o movimento também busca proibir o uso de diárias para realização de cursos, fato, segundo ele, que gera um desperdício de dinheiro. O grupo defende ainda a limitação de diárias para buscar verbas, sendo usadas somente quando essenciais. “Já conversamos com alguns vereadores e quatro, praticamente, já estão certos e apoiam o movimento. Estamos conversando com os outros sobre o assunto”, disse.

Mattana ressalta que o grupo vai coletar assinaturas, pretendendo reunir, no mínimo, mil apoiadores. Após essa etapa, o projeto, de iniciativa popular, será levado para o presidente da Câmara de Vereadores, Norlei Luiz Mariani Júnior (PP), já que a iniciativa precisa partir da Mesa Diretora do Legislativo. Mattana salienta que Júnior está disposto a trabalhar na aprovação do projeto, que, se aprovado, definirá o salário dos vereadores para a próxima legislatura.

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Além de Lucas Mattana, também são responsáveis pelo movimento: Luiz Fernando Kittel, Juciano Torcatto, Diego Drescher, Cleber Kittel e Tiago Pasa.

O presidente da Câmara de Vereadores destacou que é favorável à redução dos salários, acrescentando que em um primeiro momento já conversou com os demais vereadores, e eles seguem debatendo sobre o assunto. Júnior ressaltou que todos os parlamentares estão dispostos a tratar sobre o tema. Contatado pela reportagem do jornal Gazeta da Serra, o prefeito de Ibarama, Valmor Mattana (MDB), disse que não vai interferir na decisão dos vereadores já que se refere ao salário do Legislativo, mas, segundo ele, vai seguir a decisão definida pelos parlamentares.

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O grupo apresenta benefícios que acreditam que poderão ser alcançados com a redução de salário dos vereadores, entre eles estão:
  • Economia financeira em cálculos atuais de R$ 265.536,55 por ano, R$ 1.062.146, 20 em um mandato de quatro anos;
  • Campanhas eleitorais mais baratas, pois o aporte financeiro muito significativo não terá viabilidade econômica alguma;
  • Mais lealdade no pleito e democratização das candidaturas, uma vez que inviabilizado o grande aporte financeiro, as campanhas eleitorais serão mais focadas nas ideias e publicidade, encorajando assim mais pessoas capacitadas a disputarem a eleição;
  • Com o interesse econômico do cargo de vereador cerceado, não será mais vantajoso para àqueles que concorrem estritamente pela “fonte de renda”. Por outro lado, abrirá caminho para pessoas que realmente querem contribuir para com o município, oferecendo suas ideias e debate, olhando para o cargo muito mais pela ótica de trabalho comunitário do que pelo salário;
  • Com o salário mínimo nacional como remuneração aprovado, os eleitores “pedintes” serão concomitantemente desencorajados; igualmente, os inúmeros pedidos de patrocínios e ajudas financeiras que os vereadores recebem durante os seus mandatos.
Arte organizada pelos mobilizadores no apoio à campanha

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Nathana Redin

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