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TURISMO E NEGÓCIOS

Movimentação de argentinos rumo ao litoral favorece os estabelecimentos na região

Foto: Rodrigo Assmann

De Corrientes, família Scotto estava em viagem para Torres, no litoral gaúcho, e aproveitou para fazer uma parada em Santa Cruz

De Corrientes, família Scotto estava em viagem para Torres, no litoral gaúcho, e aproveitou para fazer uma parada em Santa Cruz

A circulação de turistas argentinos pela BR-290 e pela RSC-287, duas das principais vias de acesso na região para o litoral brasileiro, já tem beneficiado os proprietários de estabelecimentos comerciais. Tanto em postos de combustíveis quanto em lancherias, restaurantes e pousadas localizados nas proximidades dessas rodovias, se percebe aumento significativo na movimentação dos “hermanos”. Em sua maioria, eles aproveitam o período de férias para viajar em família às praias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Na comparação com mesmo período do ano passado, o fluxo de visitantes é considerado muito superior. Para o proprietário do Restaurante e Lancheria Nevoeiro, Cristiano Marqueze, que há 28 anos possui o empreendimento às margens da RSC-287, em Santa Cruz do Sul, a expectativa é positiva. “Esperamos que siga aumentando ainda mais. Está bem melhor do que no ano passado”, pontuou. Ele observa que a preferência de passagem pela 287 igualmente tem aumentado. “Há uns sete ou oito anos, os argentinos têm escolhido essa via ao invés da 290. Um deles até comentou que era em função de a rodovia ser mais tranquila para trafegar”, acrescentou.

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E foi justamente essa a opção feita por duas famílias ouvidas na manhã de sábado, 4, pela reportagem da Gazeta do Sul. Com destino a Balneário Camboriú, no litoral catarinense, o jornalista José Chino Sosa, de 45 anos, e a esposa Lina, de 46, de Córdoba, na Argentina, preferiram a RSC-287. Em parada para almoço no Paragem Restaurante, o casal e mais cinco pessoas da família aproveitou para descansar. Desde quinta na estrada, eles tinham planos de passar dez dias em Balneário e de veranear também nas praias de Bombinhas e Florianópolis, em Santa Catarina. “Viemos por aqui porque tem menos movimento”, reforçou o argentino que disse ter conhecido a esposa justamente em Balneário Camboriú há 24 anos. “Somos casados há 15 anos e sempre voltamos para visitar”, contou.

Rumo aos litorais gaúcho e catarinense, turistas argentinos optam seguir viagem pela RSC-287 em razão do movimento menor

Já para a família do aposentado Jose Luis Scotto, 76, de Corrientes, na Argentina, viajar para o litoral brasileiro nesse verão representa também a estabilidade econômica. “Fazia 11 anos que a gente não viajava para cá. Tudo estava muito difícil e a gente precisava economizar. Agora, com o novo governo, melhorou. Estamos confiantes”, relatou ele, fazendo referência à eleição do presidente da Argentina, Javier Gerardo Milei, que assumiu o cargo em dezembro de 2023.

De Córdoba, família Sosa, descansou antes de seguir viagem para Balneário Camboriú

Acompanhado da esposa Graciela, de 64, do filho Jeronimo, de 35, e de um amigo dele, Diego Bernarde, de 38, Scotto tinha como destino a praia de Torres. “É a praia mais próxima e nós estivemos lá outras vezes. Gostamos muito”, destacou.

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Da mesma forma, Bernarde, que já conhecia as praias de Torres e de Florianópolis, Ingleses, Jurerê e Barra, enalteceu as paisagens e também a forma de os gaúchos e catarinenses tratarem os turistas argentinos.

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Igualmente na estrada desde quinta, os quatro fizeram parada em São Borja, pernoitaram em Santa Maria e tinham planos de chegar em Torres ainda no sábado à tardinha para uma temporada de veraneio de 15 dias. “Viemos por aqui porque não tem muito movimento de carro; é mais rápido para seguir a viagem”, reiterou Scotto.

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Temporada é positiva para os negócios do Vale do Rio Pardo

A combinação de verão e férias escolares é perfeita para viajar. Isso reflete, de modo geral, no movimento dos estabelecimentos comerciais situados às margens das rodovias. No Paragem Restaurante, na RSC-287, em Santa Cruz do Sul, por exemplo, o número de almoços servidos de segunda a sexta tiveram um aumento superior a 40% nos últimos dias. “Recebemos, sim, muitos argentinos, mas esse número se deve especialmente ao período de férias”, destacou a gerente Ieda Brixius. “É muito bom porque as pessoas almoçam e acabam consumindo outros produtos que temos aqui”, enfatizou.

Ieda Brixius destaca que além das refeições, visitantes também optam por fazer compras

Pela BR-290, muito acessada pelos argentinos, os reflexos igualmente são positivos. Na Pousadas Killian, em Pantano Grande, um dos principais locais de parada dos turistas, desde o dia 26 de dezembro tem se registrado lotação máxima. Conforme a proprietária Rosane Kilian Raabe, há reservas feitas para todo o mês de janeiro e também de fevereiro. “Até fevereiro, atendemos mais famílias com crianças, por causa das férias escolares. De março em diante, é mais casais e aposentados”, revela. Ela conta que nesse ano, em especial, os argentinos têm viajado mais justamente em função da situação econômica estar favorável. “Eles comentam que o poder de compra está melhor; aqui, o dólar valorizou muito também”.

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Com a pousada em atividade há 25 anos, Rosane lembra que inaugurou pensando justamente em atender argentinos, mas que hoje hospeda também uruguaios, chilenos e, obviamente, brasileiros.

“Estamos de casa cheia. Atendemos uma média de 80, 90 pessoas e vamos seguir assim. Está muito bom o movimento”, comemorou. A Pousadas Killian fica a poucos metros da BR-290 e, assim como outros estabelecimentos daquela região, é uma das referências dos argentinos.

Cristiano Marqueze identificou que há uma maior movimentação de turistas na 287

Mais turistas

A Polícia Federal registrou um aumento significativo no controle migratório da fronteira em relação aos anos anteriores. O movimento de turistas argentinos já é quase 48% superior ao mesmo período do ano passado.

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Em dezembro de 2023, foi registrada a entrada de 30.585 argentinos, enquanto até o fim de dezembro do ano passado foi contabilizada a entrada de 45.515 argentinos.

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O registro é feito com o documento de identificação e a documentação do veículo. O pré-cadastro pode ser feito previamente por quem objetiva cruzar a fronteira, gerando um QR Code, lido no posto migratório, para conferência dos documentos.

A temporada de maior movimento se inicia em dezembro e vai até março. O intenso fluxo de turistas, que tem como principal destino as praias catarinenses, exige a atuação de diversos órgãos, sobretudo da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Receita Federal, atuando na migração, fiscalização e orientação dos estrangeiros.

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