Seja prefeito, governador ou presidente, a figura do vice é uma exigência constitucional. Destinado a substituir o titular nas hipóteses de ausências e impedimentos legais.
Sua designação tem sido útil para a composição das alianças partidárias com vistas à disputa eleitoral. Eleito, pode vir a ser secretário ou ministro e cumprir tarefas especiais de governo, a exemplo de ampliação da base de apoio e interlocução com o Parlamento.
Porém, há exemplos acerca do quanto um vice pode atrapalhar e produzir fatos que fragilizam uma campanha eleitoral e uma gestão de governo. Não à toa, há vasto folclore (e fatos reais) em relação à figura do vice. Exemplos:
“Vice é útil para ganhar uma eleição, não para governar. Vice bom é aquele que não incomoda. Meu vice é muito bom, ele não ajuda em nada, mas também não atrapalha!”
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Muitos governantes titulares temem se afastar do cargo. Há sempre um temor de que o vice faça algo em contrário ao projeto de governo. Ou, pior, que tente tomar para si o cargo!
Agora, repete-se o fato histórico das inconveniências. Mesmo antes da vitória, o general Mourão já fizera polêmicas afirmativas, algumas mal-entendidas e deturpadas pelos adversários. Outras, porém, absurdas.
A mais patética foi afirmar que “seus lindos netos eram a prova do branqueamento da raça”, haja vista sua (dele Mourão) origem afro-indígena. Uma declaração infeliz e inoportuna, no mínimo.
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Ao falar sobre acabar com o 13º salário foi mal-entendido. Mourão defendia que o respectivo valor deveria ser incorporado ao salário mensal. Os adversários aproveitaram a incompreendida fala e distorceram ao gosto eleitoral.
Nos dois casos (há outros) Mourão confirmou o que a história e as lendas demonstram: vice bom é vice calado. Entre os vice-presidentes recentes o mais admirado era Marco Maciel. Em nenhum momento causou constrangimento ao governo de Fernando Henrique Cardoso. Maciel entrou mudo e saiu calado.
José Alencar, vice-presidente de Lula, também foi discreto e cauteloso. Já do vice de Dilma, o dito “golpista” Michel Temer, nem é bom falar. “Acusado e condenado”, sem direito a defesa prévia.
Lenda ou não, o caso mais famoso de total inconveniência teria ocorrido por ocasião do assassinato do presidente norte-americano John Kennedy. Seu vice, Lyndon Johnson, teria telefonado para a primeira-dama Jacqueline Kennedy, já viúva, e antes mesmo de dar os pêsames, perguntara onde estava a faixa presidencial.
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Quer mais? Espere as próximas do vice-presidente Mourão!